Ana Marcela Cunha sempre foi um talento precoce. Aos dois anos de idade já dava suas braçadas na creche em Salvador onde aprendeu a nadar e aos 13 anos já disputava competições de águas abertas de igual para igual contra adversárias bem mais velhas. Em 2006 com apenas 14 anos venceu sua primeira grande competição a nível nacional: a Travessia dos Fortes no Rio de Janeiro e iniciava ali uma carreira de grande sucesso internacional.
Desde 2006 nadadora faz parte da seleção brasileira de águas abertas tendo disputado neste período dois Jogos Olímpicos, dois Jogos Pan-Americanos e oito Campeonatos Mundiais. Em 2010 iniciou sua coleção de medalhas em Mundiais com um bronze nos 5 km em Roberval, no Canadá. Desde então foram mais dez medalhas sendo um tetracampeonato na prova dos 25 km (2011, 2015, 2017 e 2019), tornando-se a mulher brasileira com mais pódios em Mundiais em todas as modalidades olímpicas.
Ana Marcela ainda conquistou outras duas medalhas de prata e mais quatro de bronze. Em 2019 também conquistou seu primeiro título em Jogos Pan-Americanos vencendo a prova de 10 km em Lima. Ao obter todos estes feitos foi indicada para fazer parte do Hall da Fama Internacional da Natação em Águas Abertas em 2019.
- Ana Marcela Cunha – Foto: Satiro Sodré/SSPress
- Ana Marcela Cunha – Foto: Satiro Sodré/SSPress
- Ana Marcela Cunha – Foto: Satiro Sodré/SSPress
- Ana Marcela Cunha – Foto: Vitor Silva/SSPress
- Ana Marcela Cunha – Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA
- Ana Marcela Cunha – Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA
Em seu currículo ainda soma quatro títulos da Fina Marathon Swim World Series (2010, 2012, 2014 e 2018) e mais duas vitórias na prova clássica da Travessia Capri-Nápoles. Foi eleita cinco vezes pela Fina como a melhor nadadora de águas abertas do mundo em 2010, 2014, 2015, 2017 e 2018. E recebeu ainda em 2015 e 2018 o Prêmio Brasil Olímpico do COB como melhor atleta do país. Isso fora o recorde de vitórias (23) e pódios (48) na Fina Marathon Swim World Series.
Nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 era uma das grandes favoritas para conquistar uma medalha, porém, um erro na estratégia a fez terminar apenas em 10º lugar. Após a competição se submeteu a uma delicada cirurgia para remoção do baço e no ano seguinte já voltava a frequentar pódios em etapas da Fina Marathon Swim World Series e do Mundial de Budapeste. Em 2018 novamente fez história ao conquistar a primeira medalha do Brasil nas águas abertas do Campeonato Pan-Pacífico em Tóquio.
Agora ela vai atrás de seu grande sonho para coroar a carreira: a medalha olímpica nos Jogos de Tóquio em 2020, evento para o qual garantiu classificação no Mundial de Gwangju-2019 quando terminou a maratona na quinta colocação.