No início do mês, entre os dias 4 e 10 de agosto, aconteceu em El Calafate, na província de Santa Cruz, na Argentina uma etapa da Copa do Mundo de Natação de Inverno, evento internacional disputado anualmente em águas gélidas ao redor do mundo. Entre os participantes deste torneio na temporada 2025 estava o brasileiro Ramon Ferreira, que encarou o desafio de nadar em águas literalmente congeladas.
Natural de João Pessoa, o nadador deixou o ensolarado Nordeste brasileiro e rumou para o sul da Argentina em busca deste desafio extremo. Em conversa com a SWIM CHANNEL, Ramon afirmou que se tornou o primeiro brasileiro a competir nesta etapa da Copa do Mundo de Natação de Inverno, a terceira realizada na Argentina. “A temperatura da água sempre esteve abaixo de 5ºC, chegando no último dia de provas a 0,8ºC. Por regra, não são admitidos trajes de proteção, como neoprene, nem uso de qualquer outro tipo de proteção contra a temperatura”, disse o nadador.

Ramon chamou o evento de “batismo” em águas gélidas, pois foi a primeira experiência do brasileiro nadando em águas com a temperatura abaixo de 5ºC. Em El Calafate, ele disputou quatro provas na categoria 40-44 anos. Na classificação por categoria, ficou em segundo lugar nos 50m livre, 50m peito e 100m peito e em terceiro nos 100m livre. Na classificação geral ele conseguiu terminar todas as distâncias pelo menos dentro no top 15. Além destas provas, também tiveram disputas de 50m borboleta, 200m peito e 200m e 500m livre
Em El Calafate a competição foi disputada em águas abertas. A organização montou um circuito de boias dentro do famoso Glacial Perito Moreno, um dos pontos turísticos mais visitados na Patagônia argentina. Ramon contou que em algumas etapas as provas podem ocorrer em piscina com água gelada ou em espaços cortados e circulados por camadas de gelo.
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Sobre a experiência de nadar em um ambiente tão hostil, Ramon contou que teve boas impressões do desafio. “Nadar em águas super frias é bem difícil, no entanto tive uma excelente experiência. Tanto dentro como fora das provas. A organização, mantém um sistema de saunas, segurança, massagem, tenda médica e de líquidos quentes para ajudar no aquecimento”, disse o atleta que também relatou um fato inusitado durante a disputa das provas.
“Ao longo dos dias as temperaturas da água oscilaram. No primeiro dia estava a 1.4ºC e -2ºC de temperatura ambiente. No segundo, a tempratura caiu para -4ºC e a água chegou a 2°C. Porém, tivemos ventos muito fortes, a ponto da competição ser suspensa porque um iceberg invadiu o circuito de provas e não conseguiram tirar ele de lá”, afirmou Ramon. Depois que retiraram o iceberg a competição seguiu normalmente.

A Copa do Mundo de Natação de Inverno é um evento que reúne muitos aficionados por desafios extremos e em busca de novas experiências de vida. A etapa de El Calafate já confirmou uma etapa para a temporada 2026 do circuito internacional, a ser disputada em agosto também nas gélidas águas do Glacial Perito Moreno.
Porém, não é qualquer pessoa que pode encarar este evento, já que a organização exige algumas comprovações aos participantes antes de aceitar suas inscrições. “A participação é aberta, mas é necessário experiência prévia, além de avaliação médica”, conta Ramom que completa. “Embora não aconselhe a ninguém ir sem preparo e ambientação às águas com temperaturas abaixo de 5ºC”, completa.
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Ao todo disputaram a competição nadadores de 12 países: Argentina, Brasil, Rússia, Finlândia, Colômbia, Espanha, México, Chile, Dinamarca, Inglaterra, Canadá e Austrália. Maiores detalhes sobre a Copa do Mundo de Natação de Inverno podem ser encontradas no site oficial da prova aqui: https://iwsa.me/world-cup/ ou na página da etapa argentina de El Calafate neste link: https://nadando.org/ e no instagram @nadandoargentina.
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Um grande SONHO ESTAR NA MELHOR REVISTA DE Esportes AQUÁTICOS ♂️❄️❤️