Em artigo da Swimming World (que você pode ler em inglês originalmente aqui), Tara Draper escreveu sobre o impacto da pandemia de COVID-19 na natação. Muitos esportes tiveram que parar completamente suas atividades ou mudar a forma como operam devido à pandemia. Felizmente, a natação é um esporte no qual COVID-19 teve um efeito mínimo.

Mesmo com esse impacto mínimo, segundo a autora ainda haverá efeitos permanentes da COVID-19 na natação e na forma como ela opera. Embora alguns elementos voltem ao normal, a pandemia também nos mostrou novas maneiras de fornecer oportunidades para os atletas.

Competições virtuais
Um dos efeitos mais significativos da COVID-19 na comunidade de natação foi a eliminação (para alguns) da competição presencial. Para o bem da comunidade, muitas equipes em todo o mundo optaram por parar de competir da maneira normal. Alguns também tiveram que interromper os treinos, fazendo com que os atletas perdessem sua condição física. Apesar de muitos pararem de viajar para as competições, ganhamos uma nova forma de competição, permitindo que os atletas desfrutem do esporte com mais segurança.

Muitas equipes começaram a ter competições virtuais. Essas competições envolvem equipes competindo na sua piscina de origem e, depois mescla os resultados com outras equipes. Isso significa que essas equipes não correm o risco de se expor ao vírus por estarem perto de outras pessoas. Nos Estados Unidos muitas faculdades fizeram ‘bolhas’ em que grande parte da população não saia do campus. Essas competições virtuais significa que os atletas ainda poderiam competir, mas sem entrar em contato com atletas fora da ‘bolha’ de sua comunidade.

Treinamento em terra
Outra maneira pela qual a COVID-19 afetou a comunidade da natação foi o aumento da dependência do treinamento em solo. Muitos atletas não conseguiram acessar uma piscina para treinar e tiveram que substituir seus treinos por treinos terrestres.

Os atletas têm sido levados a correr, os treinadores também enviaram vídeos de ioga ou exercícios abdominais para manter as equipes em forma de casa. Embora a autora tenha estado no campus da faculdade durante a maior parte da pandemia, tem certeza de que essa mudança levou a muitas sessões de exercícios para a família.

Treinos menores
Outra maneira pela qual a COVID-19 afetou, pelo menos a equipe universitária da autora, foi a necessidade de grupos de treinos reduzidos. O treinador nos dividiu em grupos menores, repetindo o mesmo treino muitas vezes. Embora seja uma abordagem muito mais segura, ela diminui o relacionamento da equipe. A única vantagem dos grupos menores é o aumento da atenção dos treinadores. Como há menos pessoas na água, os treinadores podem prestar mais atenção em cada atleta, o que pode levar a grandes melhorias na técnica.

A autora conclui que a COVID-19 teve efeitos permanentes sobre como funciona a natação, uma vez que possamos voltar ao normal. As competições virtuais são uma ótima maneira de permitir que equipes compitam de uma forma que nunca teria sido possível. Os eventos virtuais podem ser realmente positivos, embora eliminem alguns dos elementos competitivos de um campeonato de natação. Um torneio virtual permitiria que equipes de todo o mundo pudessem competir. Isso mudaria completamente a natureza da competição internacional, já que não é reservada para atletas de alto nível.

A confiança no treinamento terrestre permite que os atletas construam outros músculos e os tornem atletas melhores e versáteis. Em um mundo sem COVID, as equipes provavelmente incluirão mais trabalho em terra firme, o que continuará a beneficiar os atletas por algum tempo. Embora a COVID-19 tenha muitos efeitos negativos no mundo e na natação, também houve muitos benefícios com ela. Como um esporte global, seremos mais uma comunidade colaborativa do que éramos antes. Se esses efeitos forem permanentes após a pandemia, a comunidade de natação ficará melhor com isso.