A Ilha da Madeira, no Funchal, em Portugal, foi o local que fechou a temporada internacional das águas abertas de 2023. O local foi escolhido para substituir a praia de Eilat, em Israel, que acabou transferido após os confrontos com o Hamas em Gaza. No final das contas, acabou sendo a maior etapa da Copa do Mundo da história, mais de 180 nadadores para completar a temporada conturbada das águas abertas de 2023.
O calendário da Copa do Mundo de Águas Abertas deste ano deveria ter sete provas, mas Taiwan e Hong Kong acabaram canceladas antes mesmo do início da temporada. Pior foi a etapa de Paris, a prova que seria no Rio Sena foi cancelada no dia de disputa pela má qualidade da água. Era a primeira semana de agosto e a prova que seria o teste evento para os Jogos Olímpicos de Paris não teve autorização da World Aquatics após análise da balneabilidade do local. Foram dias de muitas chuvas e isso afetou os níveis considerados adequados. Menos mal que na semana seguinte a Federação Internacional de Triatlo conseguiu fazer a sua prova de teste evento no mesmo local.
Foi um ano de estreias. Primeira prova em Soma Bay, no Egito, no Golfo Aranci, na Sardenha, Itália, e até mesmo a prova do Funchal, em Portugal. A única das quatro provas que já tinha história no Circuito foi Setúbal, em Portugal.
No final da temporada, Leonie Beck da Alemanha ao terminar em sétimo lugar com chegada acirrada contra a nerlandesa Sharon van Rouwendaal garantiu o título de 2023 do feminino. As alemãs não venciam a Copa do Mundo de Águas Abertas desde Angela Maurer em 2011. Foi uma temporada de duas vitórias para Beck, campeã em Soma Bay e no Golfo de Aranci.
No masculino foi mais fácil. O húngaro Kristof Rasovszky já era praticamente campeão e ao terminar em terceiro lugar garantiu o tetra campeonato consecutivo. É o primeiro da história a ganhar quatro Copas seguidas, pois como não tivemos a disputa em 20202, Rasovsky venceu 2019, 2021, 2022 e este ano.
O Brasil segurou uma tradição que mantém desde a primeira edição da Copa do Mundo de Águas Abertas em 2007. Nunca deixamos de subir ao pódio na temporada. A medalha solitária deste ano foi um bronze com Ana Marcela Cunha na etapa de Soma Bay, abrindo o ano de 2023.
No final do ranking, Viviane Jungblut terminou em 12o lugar com 884 pontos, Ana Marcela em 18o com 600 pontos. No masculino, Matheus Melecchi foi o melhor brasileiro classificado em 37o lugar com 241 pontos.
Entre as coisas positivas da temporada internacional das águas abertas de 2023 foi a criação do Ranking Júnior do Circuito. Vencidos pela húngara Bettina Fabian e o francês Sacha Velly cada um foi premiado com um cheque de 5 mil dólares ao somar mais pontos na temporada. O Brasil aqui fez bonito com Melecchi que terminou em terceiro lugar com 1.500 pontos, apenas 10 pontos atrás do segundo colocado. Seu companheiro de Grêmio Náutico União, Bernardo Gavioli, terminou na quarta colocação.
A etapa do Funchal também marcou a estreia do revezamento brasileiro 4x1500m na disputa. Embora fizesse parte do programa de provas desde o ano passado, o Brasil nunca havia participado. Terminamos em oitavo lugar em disputa que teve a vitória inédita da Austrália.
Temporada 2023 chega ao fim e 2024 se vislumbra não ser muito diferente. A World Aquatics já divulgou o calendário com cinco etapas, mas duas delas ainda dependem de confirmação. Foi assim que a entidade anunciou as datas e locais para o próximo ano:
23 e 24 de março, Soma Bay, Egito
25 e 26 de maio, Golfo de Aranci, Itália
1o e 2 de junho, Setúbal, Portugal
26 e 27 de outubro, Hong Kong (a ser confirmada)
sem data, Eilat, Israel (a ser confirmada)
Só falta una etapa no Brasil.