O Sporting Clube de Portugal foi o vencedor do Arena Lisbon International Meeting, com a olímpica Diana Durães e o júnior Diogo Ribeiro a serem os MVP da primeira competição de 2022 na capital em piscina longa, e que regressa após dois anos de interrupção por culpa da ‘maldita’ do costume.
Coletivamente a equipa do treinador Carlos Cruchinho (Melhor Treinador de 2021 em Portugal do Troféu Best Swimming) foi superior aos rivais de Lisboa Sport Lisboa e Benfica, comandados por Ricardo Santos. O terceiro lugar do pódio foi para a seleção da federação territorial de Ticino, um cantão suíço de língua italiana.
Numa fase da época em que o volume de carga é bastante elevado, e tendo vários dos mais de 500 atletas presentes estado há poucas semanas em estágios em altitude, os resultados não podiam ser de ponta.
Gabriel Lopes bate recorde nos 200m bruços
No segundo dia de provas no Jamor (Oeiras) o olímpico Gabriel Lopes (da seleção de Coimbra) bateu o recorde do meeting nos 200m bruços com 2:16.13 (e venceu ainda os 400m estilos).
Curiosamente o outro único recorde individual da competição também foi a bruços, mas aos 100m, onde Francisco Quintas (Sporting) nadou em 1:02.84 (no sábado).
Quase todos os portugueses que estiveram em Tóquio 2021 nadaram na piscina olímpica do Jamor – só Alexis Santos não marcou presença por doença – percebendo-se haver vontade de iniciar bem este curto ciclo olímpico de três anos, que os levará – deseja-se – a Paris 2024.
Catarina Monteiro lidera ‘ranking’ europeu dos 200m mariposa
A semifinalista aos 200m mariposa nos Jogos Olímpicos no Japão, Ana Catarina Monteiro, obteve a segunda melhor marca do torneio, vencendo à vontade a sua prova em 2:12.13, que é a melhor marca europeia do ano. Claro que este ano atípico (mais um) ainda está no início, mas é sempre bom chegar a meio de fevereiro como a melhor do Velho (e muito forte) Continente.
No meeting da Póvoa de Varzim há uma semana a atleta de Fábio Pereira no Clube Fluvial Vilacondense nadou em 2:13.76, mostrando estar plenamente recuperada da cirurgia ao apêndice que a obrigou a estar fora das piscinas entre finais de outubro e início de dezembro. Boas notícias, pois, para a vice-campeã brasileira de clubes no Troféu José Finkel 2021, em representação do Flamengo (agosto de 2021).
Quem demonstrou estar muito consistente foi outra das três olímpicas portuguesas em Tóquio, Diana Durães. A extraordinária fundista lusa alcançou vitória tripla nos 400m, 800m e 1500m livres, sendo nos 800m a atual 5ª melhor europeia com 8:44.86.
A sua colega no SLB Benfica, Raquel G. Pereira, obteve a terceira melhor pontuação FINA com a vitória nos 400m estilos, em 4:49.80 (4ª melhor europeia à data; novamente, é sempre melhor estar nos primeiros lugares, ainda que em fevereiro, do que nem entrar no ‘ranking’).
José Lopes e Diogo Ribeiro em destaque
Entre os homens José Paulo Lopes imitou a colega de seleção Diana e tudo venceu no triplo desafio dos 400m, 800m e 1500m livres, obtendo nesta a segunda melhor marca masculina, com 799 pontos 15:38.48. Na Póvoa há oito dias o atleta de Luís Cameira no Sporting de Braga nadara em 15:46; agora, com a marca de hoje, é o 6º melhor no ‘ranking’ europeu até ao momento.
O ‘miúdo’ grande Diogo Ribeiro foi o MVP do Arena Meeting com os seus 50.44 obtidos nas eliminatórias dos 100m livres, única marca de toda a competição a superar os 800 pontos FINA (804 p.), e que lhe dá, para já, a liderança do ‘ranking’ europeu júnior à data!
Vice-campeão da categoria nos 100m mariposa em 2021, o atleta do SL Benfica que nada nos Centro de Alto Rendimento do Jamor às ordens de ‘mister’ Alberto Pinto Silva, está, segundo apurei, a treinar muito bem e empenhado, até porque a época não é para menos e pode levá-lo a três grandes competições: Europeu Júnior em Bucareste, Europeu absoluto em Roma (porque não? Ainda tem de fazer os mínimos) e Mundiais Juniores em Kazan.
Mundial e Europeu, sim ou não?
O tema do Mundial de Budapeste que saiu em ‘jackpot’ à natação mundial (por pressão, diz-se, dos americanos) foi um dos que coloquei pessoalmente a vários dos treinadores de elite da natação portuguesa durante o fim-de-semana no Jamor. E a indefinição mantém-se para alguns quanto ao calendário de 2022: apostar no ‘novo’ Mundial de Budapeste, ou no Europeu de Roma, competição onde – naturalmente – será mais acessível marcar presença nas meias-finais, e finais! Pois é a estas que queremos chegar. Faz sentido apontar para um pico de forma num Mundial e cinco semanas depois ter um Europeu…?
Um dos técnicos sublinhou até que, agora, com o presidente da FPN a ser também o presidente da Liga Europeia (LEN), irá querer por certo que Portugal se apresente em alta na competição continental no histórico Foro Italico de Roma.
António Silva e José de Freitas marcaram presença
António Silva marcou presença breve na entrega de medalhas nas finais de domingo, dada a sua agenda cada vez mais apertada enquanto novo líder europeu das disciplinas aquáticas (eleito dia 5 na Alemanha).
Esteve acompanhado por um dos históricos da natação portuguesa, José de Freitas, um dos pioneiros das travessias em Portugal, e também treinador olímpico em Atlanta 1996 (com Ana Francisco).
No Jamor gostei também muito de ver nadar atletas com Mariana Cunha (Colégio Efanor), que obteve 3 ouros e 2 pratas, Francisca Martins (FOCA-Felgueiras), e a olímpica Tamila Holub (SC Braga), a recuperar de uma muito recente covid-19, mas a dar progressivamente bons indicadores quanto à sua preparação.
Finalmente, claro, Carolina Fernandes, essa fantástica júnior do Galitos de Aveiro, que nadou pela seleção júnior de Portugal, e obteve aos 100m mariposa marca mínimo de acesso ao Europeu Júnior da Roménia: 1:01.60, novo recorde pessoal e segunda melhor marca europeia de 2022 em juniores.
Em suma, o Arena Lisbon International Meeting, organizado pela Associação de Natação de Lisboa, foi uma competição de bom nível, e onde boa parte dos melhores valores nacionais marcaram presença, dando bons indicadores para as suas principais competições da época. Resta saber quantas são…
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