Começa na próxima terça-feira, dia 25 de agosto, a quinta edição do Campeonato Mundial Júnior em Cingapura. Ao todo, serão centenas de nadadores disputando a competição que surgiu em 2006 com o intuito de revelar futuros campeões, mas também iniciar promessas ao cenário internacional. Desde a primeira edição no Rio de Janeiro grandes nomes apareceram e tornaram-se protagonistas nas piscinas como Tyler Clary, Mireia Belmonte, Camille Muffat, Danila Izotov, Kosuke Hagino e Mack Horton.
Mas nem só os medalhistas são os destaques. Por se tratar de uma competição que reúne atletas em formação, é comum nadadores que nem disputaram medalhas apareçam no futuro. Prova dessa afirmação é o atual campeão olímpico e mundial dos 50m livre. O francês Florent Manaudou fez uma participação discreta no Mundial de Monterrey-2008 e na época era mais conhecido por ser o irmão mais novo de Laure Manaudou do que um candidato a medalhas. Após a experiência no México ele evoluiu para quatro anos depois atingir a glória olímpica.
Porém, alguns chegam badalados a este evento. Caso mais recente de Ruta Meilutyte em 2013 que na época do Mundial já havia conseguido obter destaque nos eventos absolutos. Este ano em Cingapura teremos nadadores nesta situação como o brasileiro Brandonn Pierry (campeão pan-americanos nos 400m medley), o russo Anton Chupkov (finalista nos 200m peito no Mundial de Kazan) e o australiano Kyle Chalmers (prata com o revezamento 4x100m medley em Kazan). Existe um caso bastante interessante, um nome já conhecido mundialmente, mas que nunca havia encarado uma grande competição de nível internacional. Trata-se de Michael Andrew.
O americano de 16 anos de idade já é bastante conhecido no mundo da natação. Em 2013, aos 14 anos, assinou seu primeiro contrato publicitário e tornou-se o nadador americano profissional mais jovem da história. Com o passar dos anos evoluiu e se firmou como uma das maiores promessas da natação dos Estados Unidos. Desde o início de sua carreira ele é comparado com seu xará Michael Phelps. A comparação entre os dois é devido a algumas semelhanças, como a versatilidade. Em Grand Prix americanos é comum ver Andrew nadar diversas provas, às vezes em um intervalo curto de tempo. E normalmente ele consegue nadá-las bem, sempre passando pelas eliminatórias e indo disputar alguma das finais (nos GPs americanos as finais vão de A a D). Além disso, ele também dominou várias categorias de acesso com recordes, igual a Phelps.
No último mês ele encarou um trabalho duplo. Primeiro nadou o Campeonato Nacional Júnior, que foi seletiva para o Mundial de Cingapura. Obteve cinco medalhas de ouro e bateu três recordes de campeonato. Semanas depois caiu na água para o Campeonato Nacional Absoluto, que não contou a com a seleção principal que estava em Kazan. Enquanto Phelps assumia a liderança do ranking mundial e debulhava os tempos feitos na Rússia, o adolescente esteve em várias finais B superando diversos nadadores mais velhos e experientes.
Em Cingapura o jovem Andrew será o nadador americano com mais provas a disputar, oito ao todo: 50m e 100m costas, 50m e 100m borboleta, 50m e 100m peito, 100m livre e 200m medley, além dos possíveis revezamentos. Será sua primeira experiência a nível mundial e quem sabe uma apresentação de gala para se credenciar a estar nos Jogos Olímpicos do Rio-2016.
Por Guilherme Freitas