Não é simplesmente porque esta edição não contará com Michael Phelps, nem porque a surpresa Joseph Schooling participou novamente. Mas a criação de expectativa nesta final de 100m borboleta se dá porque ela, em sua semifinal, já foi mais forte do que talvez se esperasse; bem mais forte do que a prova nadada na Olimpíada de 2016.
A começar pela melhor marca de classificação: neste sábado, na raia 4, a promessa norte-americana que, por pouco, não conseguiu vaga olímpica, chega com tudo e mostra que seu amadurecimento aconteceu nesta temporada. Caeleb Dressel, de 21 anos, nadou para 50s07 e ficou a 25 centésimos do recorde mundial de Michael Phelps (49s82), uma impressionante marca, três décimos mais rápida do tempo que levou o ouro olímpico, e o melhor tempo da história pós trajes tecnológicos.
Não só porque Caeleb parece se encaminhar para um título contundente, quiçá superando a marca de Phelps que perdura desde 2009, mas porque quatro atletas conseguiram nadar abaixo de 51 segundos. De novo: no Rio-2016, apenas o vencedor Schooling conseguiu ficar na casa dos 50s. Um nível altíssimo, e que garantiu que, dos tempos olímpicos, apenas os cinco primeiros colocados teriam entrado nessa forte final em Budapeste. Esquece esse papo de “ressaca olímpica”.
A Hungria terá dois representantes, o que promete bastante barulho na Danubio Arena: além do eterno Laszlo Cseh, que se garantiu com o sexto tempo, e Kristof Milak, de 17 anos, que, com 50s77, bateu o recorde mundial Junior e passou em terceiro.
Por fim, porque a semifinal foi tão forte que sequer Chad Le Clos se preparou para tanto: mesmo com 51s48, ou seja, três décimos acima da sua marca no Rio, ele acabou ficando fora da lista de oito. Na verdade, acabou em 12º, sequer entre os reservas da prova. Isso porque é atual medalhista de prata olímpico, e atual campeão mundial da prova, e venceu os 200m borboleta na etapa de terça-feira.
Lancem seus dados e façam suas apostas: Caeleb se firma como realidade e quebra o recorde de Phelps? Schooling retomará o seu lugar mais alto do pódio depois do Rio-2016? Ou a Hungria entrará em festa com mais um ouro para o país, na experiência de Cseh ou na juventude de Milak? Afinal, a briga pela coroa de louros deixada vaga por Chad Le Clos será assaz interessante.
Por Mayra Siqueira