Período pós I Guerra Mundial: o planeta ainda era dividido entre a Europa e seus conflitos… e o resto. O centro de praticamente tudo era o Velho Continente, e isso incluía, claro, o esporte. Os Jogos Olímpicos eram sediados praticamente só em solo europeu e americano até o fim do período das guerras. Pela primeira vez, em 2016, eles chegam à América do Sul.
Vimos em outra postagem um pouco da história da natação nas Olimpíadas. Agora, a SWIM CHANNEL separou algumas histórias marcantes dos Jogos para os nadadores brasileiros. Confira:
* Impossível falar da história olímpica sul-americana, em especial das piscinas, sem falar nela. E, por isso, ela é item #1: Maria Lenk. A primeira mulher do continente a participar de uma edição dos Jogos, em 1932, quando chegou às semifinais nos 200m peito. Na edição seguinte, em Berlim-1936, ela não brigou por medalhas, mas chamou a atenção com o que seria a inspiração para a criação do nado borboleta, uma nova forma de nadar o estilo de peito.
*Embora tenha sido recordista mundial de 400m peito, Maria Lenk nunca conquistou uma medalha olímpica. Em seu auge, foi prejudicada pelas guerras mundiais, que impediram a realização dos jogos no período. Seu nome e história se confundem com a natação brasileira. Uma figura imprescindível e eternamente admirável.
*Antes do período olímpico, a natação se tornou esporte pouco antes da virada para o século XX: em 1898, o Clube de Natação do Rio de Janeiro realizou o primeiro Campeonato Brasileiro da modalidade, com a travessia de 1500m entre a Fortaleza de Villegaignon e a praia de Santa Luzia.
*Também nos Jogos de 1932, ao lado de Maria Lenk, os brasileiros Isaac Morais, Manuel Vilar, Benevenuto Nunes e Manoel Silva, fizeram final no revezamento 4×200 livre.
*Após a geração de 30, outro grande nadador do país foi Tetsuo Okamoto, que conquistou a primeira medalha olímpica do Brasil, um bronze nos 1500m em Helsinque-1952, na Finlândia.
*Na edição seguinte, Roma-1960, Manuel dos Santos também levou um bronze, nos 100m livre. No ano seguinte, ele se tornou recordista mundial na mesma prova, com 53s6, marca que levou três anos para ser batida.
*Foram 20 anos de “jejum”. Depois dos dois bronzes, o Brasil viu uma boa geração na década de 70, com 18 medalhas pan-americanas apenas com a dupla Jorge Fernandes e Djan Madruga, e que renderia frutos olímpicos em 1980, em Moscou. Ao lado de Marcus Mattioli e Cyro Delgado, eles trouxeram a terceira medalha brasileira, outro bronze, no revezamento 4x200m livre.
*Na edição seguinte, Ricardo Prado marcou seu nome para a eternidade na natação brasileira: prata na prova em que era recordista mundial, os 400m medley dos Jogos de Los Angeles-1984. Seu tempo foi 4m18s45. A título de comparação, a melhor marca da carreira de Thiago Pereira é 4m08s86, feita três décadas depois e que lhe rendeu a prata em Londres-2012. Pradinho também conquistou sete medalhas em Pans, sendo duas delas de ouro.
*Impulsionada por Ricardo Prado, a geração seguinte, e a mais premiada da natação brasileira até o ouro olímpico de Cesar Cielo, criou grandes orgulhos nacionais. Gustavo Borges veio e encantou com sua dedicação, técnica apurada, e mais de 2m de altura. O talento e a dedicação o fizeram conquistar 19 medalhas pan-americanas e quatro medalhas olímpicas.
*Em Barcelona-92, sofreu a maior decepção e uma alegria imensa, tudo junto! Seus 100m livre entraram para a história após um erro de cronômetro. Gustavo sabia que tinha batido à frente do fenômeno Matt Biondi, mas atrás de Alexander Popov. No entanto, o placar mostrou 5º lugar. O chão de Borges caiu. Para logo elevá-lo: na correção, a inédita medalha de prata na carreira e, até hoje, considerada a mais importante.
*Da mesma geração, amigo, parceiro de seleção brasileira e de revezamentos vitoriosos, Fernando Scherer formava com Gustavo Borges a dupla prodígio da natação nacional na década de 90. Foram nove medalhas em Pans e dois bronze em Olimpíadas para o “Xuxa”.
*Em Sydney-2000, o timaço brasileiro, composto pela dupla Borges-Scherer, além de Carlos Jaime e Edvaldo Bala Valério, fez história ao voltar a um pódio olímpico em um revezamento. O quarteto levou o bronze com um final de prova avassalador e sempre lembrado do Bala.
*Em Atenas-2004, uma nova geração começava a surgir: Thiago Pereira e Joanna Maranhão, jovens integrantes da seleção brasileira, chegam à final em sua estreia olímpica. O tempo da pernambucana nos 400m medley (4m40s00) durou como recorde brasileiro por 11 anos, até 2015. Foi quebrado pela própria nos Jogos Pan-Americanos de Toronto (4m38s07). O revezamento feminino, formado pela Joanna, Paula Baracho, Mariana Brochado e Monique Ferreira, terminou na 7ª colocação – última final olímpica em revezamentos para as brasileiras.
*Em 2008, despontava para o mundo um novo fenômeno das provas curtas, e a maior glória da natação brasileira nos Jogos Olímpicos. Na piscina de Pequim, após um bronze inesperado por ele e pelos adversários nos 100m livre, César Cielo escreveu para sempre o seu nome na história aquática nacional: os tapas no peito, a prova perfeita, o ouro… e o choro no pódio.
*A carreira do paulista de Santa Bárbara d’Oeste continuou em alta com os ouros e recordes mundiais em Roma-2009, Mundial de Longa, nos 50m e 100m livre. Em Londres-2012, a decepção do bronze na sua especialidade, a prova mais rápida da natação. E, para Rio-2016, todas as esperanças dos donos da casa em mais uma volta por cima, por uma companheira para a solitária medalha dourada guardada a sete chaves por Cesão.
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Por Mayra Siqueira