Eleito presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquático (CDBA) em 2017, Miguel Carlos Cagnoni foi afastado do posto máximo da entidade após a Assembleia Geral realizada ontem (16) no Rio de Janeiro. Após comunicar que deixaria a entidade, passando o cargo para o diretor-executivo e diretor-secretário Ricardo Prado, Miguel foi destituído por unanimidade pelos dez presidentes de federações estaduais e pela comissão de atletas presentes a Assembleia. Com essa decisão o vice-presidente eleito Luiz Fernando Coelho assume o cargo de presidente da Confederação.
Após algumas indefinições sobre sua realização, a Assembleia ocorreu na sede da Federação Aquática do Rio de Janeiro (FARJ) e for presidida pelo presidente da federação local Celso Oliveira. Inicialmente foram prestadas contas da entidade e em seguida foi debatido a situação da presidência. Por unanimidade os membros presentes votaram pela destituição de Miguel e posse de seu vice Luiz Fernando. A Assembleia foi acompanhada pelo paraguaio Juan Carlos Orihuela, observador enviado pela Federação Internacional de Natação (FINA).
Em seguida, a Assembleia, presidida por Celso Oliveira, mandatário da Federação Aquática do Rio de Janeiro, colocou em votação, frente ao estatuto, a decisão de Cagnoni de repassar os poderes da CBDA para Ricardo Prado, também ausente. Por unanimidade, os dirigentes entenderam que, no caso da destituição de Cagnoni, o vice deveria assumir. Logo depois, uma votação confirmou o afastamento do ex-mandatário e definiu Luiz Fernando Coelho de Oliveira como novo presidente da entidade.
Inicialmente Miguel afirmou através de uma mensagem encaminhada aos presidentes de federações que iria se afastar em definitivo do cargo, mas a CBDA emitiu um boletim oficial dizendo que o presidente se afastaria temporariamente até a antecipação da eleição para um novo presidente que ocorreria em novembro. Porém, a decisão de adiantar a eleição ia contra o estatuto da entidade já que tal decisão deve ser referendada antes pela Assembleia Geral.
A situação ainda esta longe de ser resolvida já que nesta terça a defesa de Miguel classificou a Assembleia Geral como irregular e ilegal, por contar não contar com o quórum mínimo de 2/3 das filiadas. Participaram a Assembleia Geral apenas dez das 28 federações e mais a comissão de atletas. De acordo com Paulo Schmitt, destituído do cargo de diretor jurídico por Luiz Fernando logo após assumir o cargo, a decisão contraria também o Conselho de Ética do COB.
A CBDA enfrenta a pior crise de sua história. A entidade acumula uma dívida de R$ 10,5 milhões, está impedida de receber novos recursos da Lei Agnelo Piva e perdeu este ano o patrocínio dos Correios que ainda aplicaram uma multa de R$ 2 milhões por irregularidades contratuais.