* Publicado originalmente na Best Swimming no dia 9 de junho de 2020
Punição máxima para o nadador argentino Guillermo Bertola de quatro anos por ter feito uma transfusão de sangue em 2018. Bertola perde todos as suas medalhas e prêmios acumulados nos anos de 2018 e 2019 e ainda fica suspenso de janeiro de 2020 a janeiro de 2024. A forte punição de Bertola dá ao nadador brasileiro Victor Colonese a medalha de bronze da prova dos 10 km nos Jogos Pan Americanos de Lima-2019.
Bertola estava num estado anêmico e se sentindo muito mal alguns dias antes da disputa da prova Santa Fé – Coronda em fevereiro de 2018. Por indicação, decidiu fazer uma transfusão de sangue e dias depois, venceu a prova. Um exame de sangue de controle dois dias depois indicou alterações no chamado passaporte biológico do atleta. No painel de doping, Bertola assumiu que realizou a transfusão de sangue que é considerada ilegal se for feita sem a orientação e necessidade médica.
Com a punição máxima, o prejuízo para Bertola é imenso. De acordo com a decisão, ele vai precisar reembolsar toda a premiação das temporadas de 2018 e 2019. Todos os seus resultados foram anulados incluindo o vice-campeonato do Grand Prix de Águas Abertas da FINA, a medalha de prata do Campeonato Sul-Americano na prova dos 10 km de 2018, e a mais importante, a prata dos Jogos Pan-Americanos de Lima, ano passado. O argentino está com 30 anos de idade e mesmo assumindo a responsabilidade do erro levou a punição máxima da FINA. Em matéria publicada pelo jornal de seu país A Voz de Córdoba, ele se mostra bastante abalado com a decisão (clique aqui para ler).
A prata do Pan foi conquistada na Laguna Bujama, em prova com água bastante fria e todos os atletas nadando com roupas de neoprene. A prova foi vencida pelo equatoriano Esteban Enderica com Bertola em segundo e o americano Taylor Abbott em terceiro. O brasileiro Victor Colonese chegou na quarta colocação apenas um segundo atrás de Abott. Pelos resultados oficiais, Enderica venceu com 1h53min46s7, Bertola em segundo com 1h54min00s0, Abbott em terceiro com 1h54min02s7 e Colonese em quarto com 1h54min03s6. Pela decisão, Colonese herda a medalha de bronze na prova e o Brasil passa para 169 medalhas no Pan de Lima: 54 de ouro, 45 de prata e 70 de bronze.
Colonese herdará bronze
As águas abertas dos homens do Brasil não subia no pódio dos Jogos Pan-Americanos desde a primeira vez que a modalidade foi disputada, no Rio de Janeiro em 2007. Com o bronze herdado por Victor Colonese na prova do Pan de Lima no ano passado, o Brasil quebra o jejum de 12 anos.
A FINA já oficializou a suspensão de quatro anos para o nadador argentino Guillermo Bertola de janeiro de 2020 a janeiro de 2024, além da perda de todas as medalhas e premiações das temporadas de 2018 e 2019. Com isso, a prata da prova dos 10 km em Lima passa para o americano Taylor Abbott que havia sido terceiro colocado na prova e o brasileiro Victor Colonese sobe do quarto para o terceiro lugar.
Veja abaixo a história dos pódios masculinos das águas abertas nos Jogos Pan-Americanos:
Rio-2007: 1º Francis Crippen (EUA), 2º Chip Peterson (EUA) e 3º Allan do Carmo (Brasil).
Guadalajara-2011: 1º Richard Weinberger (Canadá), 2º Arthur Frayler (EUA) e 3º Guillermo Bertola (Argentina).
Toronto-2015: 1º Chip Peterson (EUA), 2º David Heron (EUA) e 3º Esteban Enderica (Equador)
Lima-2019: 1º Esteban Enderica (Equador), 2º Taylor Abbott (EUA) e 3º Victor Colonese (Brasil).