Começa oficialmente hoje mais uma edição dos Jogos Paralímpicos, uma competição criada para inclusão de combatentes feridos após a II Guerra Mundial e que se tornou a versão de modalidades adaptadas dos Jogos Olímpicos. A natação, um dos esportes mais tradicionais do programa paralímpico, começa amanhã e vai até o sábado dia 7 de setembro. O Brasil é sempre uma das principais forças da modalidade e nesta edição tentará ampliar seu histórico de medalhas no evento visando o top 5 do quadro de medalhas.
Em 13 edições disputadas, a natação paralímpica brasileira já conquistou 125 medalhas, sendo 40 de ouro, 39 de prata e 46 de bronze. No quadro geral de medalhas da natação o país ocupa atualmente a 18ª colocação, sendo o melhor país latino-americano. A história da natação paralímpica do Brasil começou na edição de Heidelberg-1972. Um atleta com o sobrenome Cordeiro, foi o primeiro representante do país na competição disputando três provas como pode ser visto na tese de doutorado da Dra. Michelle Aline Barreto pela Unicamp.
As primeiras medalhas brasileiras em Jogos Paralímpicos vieram na edição de Nova York-1984, quando o país faturou sete pódios. Maria Jussara Matos foi a primeira medalhista de ouro ao vencer os 200m medley, além de ser prata nos 100m livre e 100m costas na classe S6. Marcelo Amorim foi o outro medalhista brasileiro no evento ao ganhar três pratas nos 100m costas, 100m peito e 200m medley e um bronze nos 100m livre classe S5. A partir dai o país sempre conquistou medalhas no evento e teve um investimento maciço no esporte paralímpico.
O maior medalhista brasileiro da natação paralímpica, e também um dos mais laureados do esporte paralímpico. Daniel Dias disputou quatro edições dos Jogos (Pequim-2008, Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020) e conquistou 27 medalhas: 14 de ouro, sete de prata e seis bronze, o que faz dele o terceiro nadador com mais pódios na história, atrás apenas das americanas Trischa Zorn e Jessica Long. Sua melhor campanha foi nos Jogos de Londres quando nadou seis provas e venceu todas.
Na última edição em Tóquio, o Brasil conquistou 23 medalhas e terminou o quadro geral na oitava colocação. Em Paris, a delegação será composta por 37 nadadores e terminar entre os cinco primeiros colocados no quadro de medalha é um objetivo, já que no Mundial da Ilha da Madeira-2022 o Brasil ficou em terceiro lugar e na edição de Manchester-2023 foi quarto colocado. Somando todas as modalidades paralímpicas, o Brasil já conquistou 378 medalhas: 110 de ouro, 135 de prata e 133 de bronze.
Os Jogos Paralímpicos passaram a receber essa nomenclatura a partir da edição de 1988, quando o torneio começou a ser disputado logo após os Jogos Olímpicos, na mesma cidade-sede e com as mesmas estruturas. Entre 1960 e 1984, a competição chegou a ocorrer em cidades diferentes da Olimpíada e tinha o nome de Jogos Internacionais de Stoke Mandeville, nomenclatura original do evento paralímpico. Com a criação do Comitê Paralímpico Internacional (ICP) em 1989, todas as edições pré-1988 passaram a ser consideradas como edições retroativas dos Jogos Paralímpicos e suas estatísticas adicionadas da contagem oficial do ICP.