Guadalajara-2011, Toronto-2015 e Lima-2019. Três edições de Jogos Pan-Americanos e que viram apenas um homem no degrau mais alto do pódio da prova dos 200m borboleta: Leonardo de Deus. O nadador conquistou o tricampeonato na prova neste primeiro dia dos Jogos na capital peruana. Após quase ficar fora da competição e só ser integrado na equipe após o caso de doping do velocista Gabriel Santos, Leo só tinha em mente conquistar o tri em sua principal prova.
O brasileiro havia se poupado nas eliminatórias, fazendo apenas o 5º tempo com 2min00s00. Na final nadou e dominou a prova, abrindo a cada braçada para vencer com a marca de 1min55s86, melhor até do que sua marca na final do Mundial de Gwangju há duas semanas atrás. Após a prova, Leo recordou os momentos de suspense e tensão até ser anunciado oficialmente como membro da delegação brasileira em Lima.
A primeira medalha de Leo nos 200m borboleta também foi cheia de reviravoltas. Após nadar com uma touca com publicidade irregular, foi desclassificado. Porém, foi constatado que o erro foi de um árbitro que o liberou para competir com a touca e o resultado foi mantido. Em Toronto o ouro veio com até então sua melhor marca pessoal (1min55s01) após um árduo duelo com o peruano Mauricio Fiol. Agora veio o terceiro ouro, talvez o mais tranquilo de todos.
Luiz Altamir foi o outro brasileiro na prova, mas não conseguiu ir ao pódio terminando em quarto lugar com 1min57s78. A prata acabou com o americano Samuel Pomajevich com 1min57s35 e o bronze ficou com o colombiano Jonathan Gomez com 1min57s75. Destaque negativo para o campeão olímpico Tom Shields que literalmente afundou: 2min06s65, fechando raia.
Quem acredita sempre alcança
João Gomes Júnior é um batalhador. Estourou na natação tarde e só agora aos 33 anos conseguiu disputar seu primeiro Pan, isso depois de ter sido medalhista em Mundial e finalista olímpico. João estava empolgado com a competição e feliz por poder nadar em Lima. E mais uma vez, brilhou na piscina ao vencer os 100m peito com o tempo de 59s51, deixando para trás dois americanos medalhistas olímpicos: Cody Miller que levou a prata com 59s57 e Kevin Cordes o bronze com 1min00s27. Felipe Lima perdeu um lugar no pódio por poucos centésimos: 1min00s36 e terminou em quarto lugar.
Hexacampeão
O revezamento 4x100m livre do Brasil conquistou pela sexta vez consecutiva o título pan-americano. O quarteto formado por Breno Correia, Marcelo Chierighini, Bruno Fratus e Pedro Spajari foi soberano na piscina e não deu a menor chance para o time americano. Os brasileiros ainda bateram o recorde dos Jogos com o bom tempo de 3min12s61. Os Estados Unidos, reforçados por Nathan Adrian que integrou o time campeão mundial em Gwangju, terminou em segundo lugar com um distante 3min14s94. O bronze foi para o México com 3min17s70.
Luta até o final
O revezamento brasileiro 4x100m livre feminino do Brasil lutou até o fim pela medalha de ouro, pressionando as favoritas americanas, mas a velocista Margo Geer fez a diferença e deu o ouro para os Estados Unidos com 3min39s59. A equipe formada por Etiene Medeiros, Larissa Oliveira, Manuella Lyrio e Daynara de Paula conquistou a prata com um bom tempo: 3min40s39. A marca é importante além da medalha, já que agora o país é o primeiro dos revezamentos na luta pela vaga olímpica para Tóquio-2020. O bronze ficou com o Canadá com 3min41s01.
Primeiras medalhas do Brasil
Fernando Scheffer e Luiz Altamir foram os primeiros nadadores a subir no pódio em Lima. Os nadadores terminaram com a prata e bronze, respectivamente, nos 400m livre. A dupla brasileira tentou apertar Andrew Abruzzo, mas não conseguiu pegar o forte fim de prova do americano que foi ouro com 3min48s41. Scheffer garantiu a prata com 3min49s60 e Altamir foi bronze com 3min49s91.
Passou perto
Nos 100m peito feminino Jhennifer Alves teve grande chance de ir ao pódio, porém, a nadadora foi superada nos metros finais e terminou na quinta colocação com a marca de 1min08s00. A final foi mais fraca do que a eliminatória e Jhennifer poderia até ter conquistado uma medalha se conseguisse nadar próxima de seu melhor tempo. O ouro foi da americana Annie Lazor que não gostou dos 1min06s94. A argentina Jula Sebastian terminou com a prata ao nadar para 1min07s09 e a canadense Faith Knelson foi bronze com 1min07s42.
Favoritismo fez a diferença
A primeira prova do dia foi os 400m livre feminino. A argentina Delfina Pignatiello sagrou-se campeã com a marca de 4min10s86, mas durante toda a prova foi pressionada pelas canadenses Danica Ludlow e Alyson Ackman com 4min11s97 e 4min12s05, respectivamente. Delfina não conseguiu abrir a vantagem que gostaria, mas deu a Argentina a medalha de ouro. Estreando na seleção principal, Aline Rodrigues terminou em quinto lugar com 4min12s79 e Viviane Jungblut foi a sexta com 4min15s35.
Casos de família
Nos 200m borboleta feminina um sobrenome famoso da natação sul-americana regressou ao lugar mais alto do pódio. Virginia Bardach conquistou seu primeiro ouro em Jogos Pan-Americanos repetindo o feito da irmã, Georgina, campeã nos 400m medley em Santo Domingo-2003. A argentina assumiu a liderança na metade final da prova para vencer os 200m borboleta com o tempo de 2min10s87. A prata foi da canadense Mary-Sophe Harvey e o bronze da americana Meghan Small que nadaram para 2min11s68 e 2min12s51 respectivamente.
Ao fim do primeiro dia o Brasil somou seis medalhas em Lima: três de ouro, duas de prata e um de bronze. Os Estados Unidos lideram o quadro da natação com três de ouro, três de prata e duas de bronze. Destaque também para a Argentina com dois ouros e uma prata. Os resultados completos do dia podem ser conferidos no site oficial dos Jogos clicando aqui.