A natação é um dos esportes mais competitivos do mundo e onde um resultado pode ser decidido em centésimos de segundo. Mesmo assim, empates podem acontecer nesta modalidade caso dois nadadores tenham tempos iguais ao fim de uma prova. São mais comuns na história empates na segunda ou terceira colocação, como o caso da primeira medalha olímpica de Cesar Cielo, quando o brasileiro empatou em terceiro lugar com o americano Jason Lezak nos 100m livre em Pequim-2008.
Se um empate já é algo difícil de acontecer, imagina ele ocorrer no lugar mais alto do pódio. Em 14 edições de Campeonatos Mundiais de piscina curta, nos sete Mundiais Júnior já disputados só houve uma igualdade no lugar mais alto do pódio e em 18 Mundiais de piscina longa isso aconteceu apenas três vezes. Já em Jogos Olímpicos foram quatro empates no topo do pódio e em todas, envolvendo um atleta dos Estados Unidos. Relembre abaixo todos os casos.
Gunnar Larsson e Tim McKee nos 400m medley nos Jogos de Munique-1972
O primeiro caso olímpico foi na final dos 400m medley em Munique-1972 quando o sueco Gunnar Larsson e o americano Tim McKee cravaram o mesmo tempo de 4min31s98. Na ocasião a organização resolveu consultar a próxima casa decimal da cronometragem que acabou favorecendo Larsson, declarado vencedor por míseros 0s002 de diferença. Após essa igualdade foi oficializado que em casos de empate seria mantido o resultado e que dois ou mais atletas poderiam ser aclamados campeões. Assista a prova aqui: youtube.com/watch?v=QqoR0cesTZw.
Nancy Hogshead e Carrie Steinseifer nos 100m livre nos Jogos de Los Angeles-1984
A segunda igualdade no topo do pódio aconteceu nos Jogos de Los Angeles em 1984. As americanas Nancy Hogshead e Carrie Steinseifer terminaram os 100m livre com 55s92 e levaram a medalha de ouro. E a prova quase teve um empate triplo já que a holandesa Annemarie Verstappen largou melhor e liderou boa parte da prova, cansando bem nos últimos metros quando foi superada por míseros 16 centésimos pelas americanas Hogshead e Steinseifer. Assista a prova aqui: youtube.com/watch?v=GZOpPRua4BU.
Gary Hall Jr e Anthony Ervin nos 50m livre nos Jogos de Sydney-2000
O terceiro empate olímpico é um dos mais lembrados e foi protagonizado por dois nadadores dos Estados Unidos. Aconteceu na final dos 50m livre em Sydney-2000, quando Gary Hall Jr e Anthony Ervin bateram na placa de cronometragem em exatos 21s98. Hall Jr. havia sido superado por Popov na final em Atlanta-1996 e dessa fez finalmente conseguiu o ouro olímpico. Já Ervin iniciava sua longa e brilhante carreira. A curiosidade é que na época ambos treinavam juntos no Phoenix Swim Club. Assista a prova aqui: youtube.com/watch?v=cAtpyl2T_5s.
Simone Manuel e Penny Oleksiak nos 100m livre nos Jogos do Rio-2016
O empate olímpico mais recente foi também um dos mais surpreendentes da história. A americana Simone Manuel e a canadense Penny Oleksiak eram duas jovens que nadavam no Rio de Janeiro suas primeiras Olimpíadas. Ambas tinham a concorrência de nomes mais gabaritados como Cate Campbell, Ranomi Kromowidjojo e Sarah Sjöström, porém, as jovens não se intimidaram e fizeram uma grande prova na reta final crescendo no momento certo para empatarem no alto do pódio com novo recorde olímpico: 52s70. Assista a prova aqui: youtube.com/watch?v=GgK6u_CkTPs.
Dividir uma medalha de ouro parece ser algo muito estranho mesmo, afinal estamos acostumados a ter sempre um campeão e um vice. E esse fenômeno também é bastante incomum em outras modalidades que aceitam o empate como resultado. Por exemplo, no atletismo aconteceu apenas um empate na primeira posição ao longo de toda a história olímpica. Será que em Tóquio veremos novamente uma igualdade no topo do pódio?