Perspectivas do Nado Artístico masculino

Não é segredo que o nado artístico, uma das modalidades da FINA (Federação Internacional de Natação), é um esporte, até então, predominantemente feminino. Sendo assim, qualquer modalidade que não apresente quantidade de atletas bem mescladas entre ambos os sexos, passa a não ser uma das preferidas do Comitê Olímpico Internacional, que tenta realizar uma campanha de igualdade entre os sexos.

Integrante do Jogos Olímpicos desde a edição de 1984 em Los Angeles, o nado artístico apresenta duas disputas no megaevento: a prova de dueto e a prova por time. Uma das tentativas que a FINA vem promovendo de aumentar o público masculino, é a inserção da prova de dueto misto, que vem sendo realizada em Campeonatos Mundiais desde a edição de 2015 em Kazan na Rússia.

Em termos globais, a ação teve maior público na Europa, mas já apresenta resultados no mundo inteiro, sendo que no último evento da FINA tivemos a participação de 13 duetos mistos. O Brasil terminou na 8ª posição com os atletas: Fabiano Ferreira e Gabriela Regly.

Mas como é a aceitação da modalidade no Brasil? Como os clubes incentivam o nado artístico masculino?

Em entrevista a SWIM CHANNEL, Edson Fortunato, ex-nadador e agora atleta do nado artístico, explica os passos realizados.

Fortunato foi um excelente nadador, que iniciou a carreira em Santos, foi campeão de todos os campeonatos brasileiros de categoria de base e também do Troféu Chico Piscina e chegou a representar o Brasil em etapas da Copa do Mundo de natação. Há alguns anos, defende o time de natação master do Fluminense e foi justamente lá, que iniciou o interesse pelo nado artístico.

Pouco a pouco, e com incentivo da técnica Glaucia Coutinho, foi iniciando os movimentos básicos da modalidade. Em apenas seis meses, já estava no cenário competitivo.

 

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Edison tem 44 anos, uma idade que pode até ser considerada avançada para prática de esporte de elite, mas vem colhendo bons frutos. No último evento nacional de nado artístico, organizado pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), participou da prova por equipes juntamente com Fabiano Ferreira, Lael Barbosa e Kennedy Lima. O tema da apresentação do time, foi o seriado da Netflix: THE WITCHER.

Mas a intenção ou missão de Edson Fortunato não é apenas ser atleta da modalidade. Ele possui duas formações profissionais, arquitetura (onde é sócio de um renomado escritório no Rio de Janeiro) e educação física. Edinho, como é popularmente conhecido, acredita que ter um técnico masculino a serviço da CBDA ou de um grande clube, é um fator motivador para novos adeptos do mesmo sexo na modalidade.

“Um dos passos para o nado artístico ter adesão de novos meninos e apresentar a modalidade com melhor aceitação em ambos os sexos, é a inclusão de técnicos e atletas do sexo masculino nas equipes dos clubes“, comenta Edinho.

Novidades na modalidade

Além do dueto misto, uma inovação da FINA para fomentar a parte masculina na modalidade é uma alteração de regra no time de nado artístico. A partir deste ano, o time pode ser formado por 8 mulheres e até 2 homens. Tal inovação deve mudar muito as apresentações da modalidade, visto que homens apresentam maior força física que a mulheres, e será um diferencial para a equipe que almeja vencer qualquer competição.

No Brasil, o estado do Rio de Janeiro é o líder no segmento, com três clubes ativos no nado artístico masculino: Fluminense, Flamengo e Tijuca. Já em São Paulo, os destaques são Paineiras do Morumby e Círculo Militar.

Sabemos que é difícil mudar conceitos globais, ainda mais em uma modalidade com quase 30 anos de Jogos Olímpicos, mas as FINA vem tentando reverter este quadro, e a CBDA vem se esforçando e pode se esforçar ainda mais, em prol do nado artístico masculino.