Com a seleção olímpica definida, já sabemos quais provas cada atleta brasileiro disputará nos Jogos de Paris. Um dos nadadores que mais vezes cairá na água será Guilherme Costa. O Cachorrão nadará cinco provas em Paris: 200m, 400m e 800m livre e o revezamento 4x200m livre na piscina e a maratona aquática de 10 km. Isso mesmo, Guilherme nadará a prova de águas abertas prevista para ocorrer nas águas do Rio Sena. Mas porque ele nadará se não participou dos Mundiais que qualificaram os nadadores para Paris? É isso que vamos explicar neste texto.
De acordo com as regras do Comitê Olímpico Internacional (COI) e da World Aquatics, foram selecionados 22 atletas para as provas em cada sexo. Aqueles que foram medalhistas dos 10 km no Campeonato Mundial de Fukuoka-2023 foram os primeiros a garantir vaga olímpica. No Mundial de Doha, disputado no início deste ano, os demais nadadores foram definidos, sendo eles pela ordem de qualificação na prova dos 10 km e pelas vagas continentais. Porém, para esta edição olímpica há um novo critério de participação na maratona aquática.
Neste novo formato aqueles que obtiverem índice olímpico para nadar as provas de 800m e 1500m livre poderão disputar a maratona aquática, contanto que não existam representantes de seu país na prova e que eles formalizam suas inscrições junto ao COI. É o caso do Brasil, que não teve nadadores classificados para os 10 km masculino. Em Fukuoka-2023, Diogo Villarinho terminou a prova em 27º lugar e Alexandre Finco foi o 33º colocado. Já em Doha-2024, Henrique Figueirinha foi o 34º colocado e Pedro Farias o 38º.
Desta forma, Guilherme Costa poderá nadar a distância em Paris já que se encaixa nos critérios adotados pelo COI e pela World Aquatics. É uma situação diferente da de Beatriz Dizotti, por exemplo. Ela tem índice olímpico nos 1500m livre, mas mesmo que quisesse, não poderia nadar os 10 km em Paris porque Ana Marcela Cunha e Viviane Jungblut se classificaram para a maratona aquática e cada país só pode ter dois atletas por prova.
A disputa da maratona aquática também não irá atrapalhar a programação de Cachorrão em Paris. As águas abertas sós serão disputadas após as provas de piscina. Em Paris ele faz sua estreia logo no primeiro dia da natação, em 27 de julho, nos 400m livre. No dia seguinte, 28 de julho, ele disputa os 200m livre, em 29 de julho nada os 800m livre e encerra sua participação na piscina em 30 de julho com o revezamento 4x200m livre. A maratona aquática será apenas em dia 9 de agosto e ele terá mais de uma semana para descansar e se preparar para este novo desafio. O fato da prova ser disputada em um rio e com águas mais flat, pode favorecer o estilo de nado não só de Guilherme, mas dos demais nadadores de piscina que também vão disputar os 10 km.
Em águas abertas, o Cachorrão tem no currículo a participação no Campeonato Mundial de Budapeste-2022 quando não completou a prova dos 10 km e integrou o revezamento brasileiro ao lado de Cibele Jungblut, Viviane Jungblut e Bruce Hanson Almeida que ficou na 5ª colocação. Em 2022 ele venceu a prova de 10 km da seletiva brasileira para o Mundial de Budapeste que foi disputada na Represa Billings, em São Paulo. No mesmo ano ele nadaria uma etapa da Copa do Mundo de águas abertas em Paris, mas não largou.
Com a participação de Cachorrão nos 10 km o Brasil voltará a ter um representante no masculino após ficar de fora da edição de Tóquio-2020. Até hoje, apenas Allan do Carmo participou das provas olímpicas de águas abertas, em Pequim-2008 e Rio-2016. No feminino o país participou de todas as maratonas disputadas desde a entrada da modalidade do programa olímpico em 2008, somando duas medalhas: ouro com Ana Marcela Cunha em Tóquio-2020 e bronze com Poliana Okimoto no Rio-2016.