“Hoje uma medalha segue sendo difícil, mas não é impossível”. Com essas palavras Federico Grabich termina uma boa entrevista que concedeu para o jornal La Capital e que pode ser conferida aqui. O ano de 2015 foi especial para o velocista argentino que sagrou-se campeão pan-americano e medalhista de bronze nos 100m livre, além de obter uma prata nos 200m livre no Pan de Toronto. Aos 25 anos, Grabich vive a melhor fase da carreira. Com índice olímpico para quatro provas (50m, 100m e 200m livre e 100m costas) ele sabe que a concorrência por um lugar no pódio será duríssima. Mas caso a medalha venha ele entrará para a história da natação de seu país encerrando um longo jejum.
Se Grabich conseguir subir ao pódio no Rio terminará a espera de seu país por uma medalha olímpica masculina. Este ano completam-se 88 anos da única conquista da natação masculina argentina. Em 1928, nos Jogos de Amsterdã, Alberto Zorrilla venceu a prova dos 400m livre estabelecendo um novo recorde olímpico com 5min01s6. Com um espetacular fim de prova, tomou a liderança nos últimos 50 metros, Zorrilla superou o sueco Arne Borg o então recordista mundial da prova e escreveu seu nome na história. Além desta medalha, Zorrilla ainda foi finalista nos 100m e 1500m livre.
Depois da medalha de Zorrilla alguns nadadores argentinos passaram perto de repetir seu feito. Mario Chávez, Alfredo Yantorno, Carlos Kennedy, Leopoldo Tahier, Roberto Peper, Alfredo Rocca, Horacio White, José Durañona e Juan Garay foram finalistas olímpicos. As mulheres por outro lado conseguiram duas medalhas: uma prata com Jeannette Campbell nos 100m livre nos Jogos de Berlim-1936 e um bronze com Georgina Bardach nos 400m medley em Atenas-2004.
Grabich não é favorito ao pódio, mas esta entre os cotados para disputar a final. Ano passado ele bateu o recorde nacional nos 100m livre com 48s11, marca que cravou abrindo o revezamento argentino no Pan de Toronto. Na final do Mundial em Kazan foi apenas um centésimo mais lento, o suficiente para lhe garantir o bronze. Ele terminou 2015 na quinta posição do ranking mundial, a frente de Nathan Adrian e James Magnussen, atuais campeão e vice olímpicos.
Se quiser ter uma medalha pendurada em seu pescoço ele precisará melhorar sua performance e nadar na casa dos 47 segundos. Se repetisse o tempo do ano passado na final de Londres-2012, Grabich seria apenas o oitavo colocado. Mas como ele disse, subir ao pódio não é algo impossível de ser atingido. Ele esta no caminho certo e chegará ao Rio-2016 na melhor forma de sua carreira, lutando pelo seu objetivo. E se conquistar a tão sonhada medalha atingirá o feito que apenas um homem argentino conseguiu até hoje.
Por Guilherme Freitas