Depois de bater na trave em Pequim, quando ficou com a medalha de bronze, Ryan Lochte conquistou logo no primeiro dia de provas dos Jogos Olímpicos de Londres em 2012 a medalha de ouro nos 400m medley superando Thiago Pereira, Kosuke Hagino e Michael Phelps. Na época o americano afirmou que não nadaria mais os 400m medley em grandes competições para se concentrar em outras provas. Ele alegou que esta é uma prova muita cansativa e que gostaria de encarar novos desafios.
Lochte vem cumprindo esta promessa. Ficou ausente dos 400m medley nos principais eventos deste ciclo olímpico (Mundiais de longa em 2013 e 2015, Mundiais de curta em 2012 e 2014 e Pan-Pacífico em 2014) e experimentou uma nova prova, os 100m borboleta, onde ficou em 6º lugar no Mundial de Barcelona, foi prata no Pan-Pacífico e bronze no Mundial de curta de Istambul. Os 400m medley ele só nadou em eventos menores, como em Grand Prix americanos e no Desafio The Duel in the Pool. Porém, o resultado no último GP em Austin deixou no ar a possibilidade de Lochte encarar novamente a prova no Rio de Janeiro.
Desde Londres-2012, Lochte nadou apenas sete vezes os 400m medley. Foram seis na piscina longa e apenas uma vez na curta. O melhor tempo cravado foi no Grand Prix de Santa Clara onde ele fez 4min11s36. Neste fim de semana em Austin o americano venceu a prova com 4min12s66, um bom desempenho que lhe deixaria em 8º lugar no ranking mundial do ano passado e seria suficiente para lhe colocar na final do Mundial de Kazan.

Depois da prova ele desconversou sobre a possibilidade de encarar novamente a distância em um grande evento dizendo que não gosta de nadá-la por ser uma das mais duras e que já não é mais um garoto. Aos 31 anos de idade, Lochte afirma que esta ouvindo mais o seu corpo e buscando não extrapolar em uma grande quantidade de provas que possam comprometer seu desempenho. Além da questão física há os talentosos concorrentes Daiya Seto, Kosuke Hagino e Chase Kalisz, todos mais jovens e com bom retrospecto nas últimas temporadas.
É bem possível que Lochte avalie muito bem antes de decidir se nada ou não a prova no Rio de Janeiro. Seu foco será nos 200m medley e 200m livre, além dos revezamentos e ele não pretende se desgastar para ficar fora do pódio. Porém, não será surpresa nenhuma caso seu nome apareça no start list dos 400m medley na seletiva americana. Uma atração a mais para os fãs da natação.
Por Guilherme Freitas