Albertinho fora do Mundial de Curta devido à COVID-19 

Alberto Silva, responsável pelo alto rendimento da Federação Portuguesa de Natação, contraiu a COVID-19 e não acompanhará a seleção lusa ao Mundial de Piscina Curta em Abu Dhabi.

A notícia apanhou desprevenida, claro, toda a comitiva de oito atletas e ‘staff’ técnico e médico, até porque, segundo o próprio, “sou muito cauteloso”…

“Agora, vou ficar aqui em casa, à distância, a acompanhar os resultados”, pela SWIM CHANNEL, acrescentei em tom de brincadeira.

A seleção portuguesa partiu segunda-feira de manhã bem cedo para o médio oriente, tendo já chegado ao hotel Rotana, após alguma espera para realizar os normais testes à COVID-19 logo no aeroporto.

Fernando Silva pode surpreender? 

E as perspetivas quais são, perguntei: “bom, o Fernando (Silva), que é treinado pelo Felipe (Falcoski) é de todos o que tem feito um treino mais específico, e está muito focado”.

O seu treinador, Felipe confirma: “essa participação no mundial foi muito importante para colocar o Fernando de volta no cenário internacional, portanto a energia está alta e positiva. Ele está em uma crescente performance depois que voltou da condição de reformado, e isso motiva muito a todos nós em superar tudo o que surge pelo caminho”, sublinha o técnico do ‘miúdo’, que aos 35 anos irá representar Portugal pela primeira vez em competições internacionais, ele que se estreou no 8º Mundial de curta em 2006 com…19 anos.

Assim, o luso-brasileiro – também ex-atleta de Albertinho no prestigiado Pinheiros – irá tentar “ir o mais longe nas etapas de cada prova, o que exigirá melhoras dos resultados já feitos pelo Fernando, e consequentemente dos recordes de Portugal”, afirma convicto Falcoski, técnico de Fernando na histórica Sociedade Filarmónica União Artística Piedense (SFUAP).

Apesar da enorme experiência de atletas como Alexis Santos ou Catarina Monteiro, Fernando é o mais medalhado em grandes eventos, tendo dez metais de destaque na sua sala de troféus: 8 em Taças do Mundo – piscina curta (2 ouros, 3 pratas e 3 bronzes), um ouro num Panamericano, e um bronze numa Universíada (provas em piscina longa).

Já Albertinho recorda as qualidades dos nossos seis olímpicos em Tóquio para dizer que “também acredito que podem estar bem neste Mundial; depende muito dos pormenores, viragens, percursos subaquáticos, partidas…”.

Sobre o atleta a seu cargo no Centro de Alto Rendimento do Jamor (Oeiras), Miguel Nascimento, confirma que “se tem preparado bem e pode ficar próximo dos seus recordes; mas está claramente a preparar-se para a época em piscina longa”.

Em Abu Dhabi, com os olhos em Fukuoka e Roma 

Essa parece ser, aliás, a nota dominante dos representantes lusos neste 15º Mundial de Piscina Curta, adiado um ano devido à pandemia: a competição fecha o ano de 2021 e a época em piscina de 25 metros, sendo que é para o Mundial FINA em piscina longa em maio (Fukuoka, Japão) e para o Europeu de longa em agosto (Roma, Itália) que a grande maioria destes atletas já está a pensar, e a treinar.

Isso mesmo já me tinha referido Carlos Cruchinho, treinador do experiente duplo olímpico Alexis Santos (e medalhado de bronze em Europeus de curta) e do olímpico em Tóquio Francisco Santos, que após os Nacionais de Leiria (há pouco mais de duas semanas) me disse que “o Alexis e o Francisco estão a preparar-se para Abu Dhabi, mas a aposta é em piscina longa. Esta participação no Mundial não é a mais importante”.

Ainda assim, o diretor desportivo da FPN, José Machado, está confiante quando lhe pergunto, antes da partida, sobre as expetativas para a competição na capital dos Emirados Árabes Unidos: “acredito na possibilidade de recordes nacionais e classificações até ao 16º lugar; diria com algum otimismo que podemos obter quatro recordes nacionais e quatro a cinco lugares no top 16 (equivalente a meias-finais)”.

Sobre a estafeta que se esperava Portugal pudesse apresentar informa que “não vamos fazer estafeta. Tivemos alguns percalços com a situação da COVID-19, mas que não envolveu nenhum dos nadadores”, para concluir: “aguarda-se um nível competitivo muito elevado”.

De facto, uma percentagem muito elevada de finalistas e campeões olímpicos deste ano irá competir em Abu Dhabi, onde o número de participantes também será muito elevado (em algumas provas com mais de 60 atletas por prova!), dificultando o acesso às meias finais.

Portugal estará na piscina temporária de 25 x 25 metros construída na majestosa Etihad Arena, com a seguinte seleção nacional (e provas que vão nadar):

FEMININO

MASCULINO