O setor feminino português evolui muito nos últimos anos e chegou ao ponto de ter a sua primeira semifinalista olímpica, quando Catarina Monteiro ficou a três lugares da final em Tóquio aos 200m mariposa.
A horas de se iniciar o Campeonato de Portugal em Coimbra fazemos a análise ao ranking, onde observamos nada menos que 29 (!) posições lusas entre as melhores da Europa, sendo as portuguesas líderes ibéricas em quatro provas (mais dois segundos lugares e dois terceiros).
Destaque para a olímpica Diana Durães que entrou muito bem na época, estando no top em nada menos que cinco provas, com destaque para o seu sexto lugar aos 1500m livres e o 14º aos 800m livres.
A análise das estatísticas (com base no credenciado site da swimrankings.net) não deixa dúvidas sobre quem tem estado em força nesta época (embora o ‘ranking’ seja apenas relativo a 2022): a jovem Mariana Cunha por exemplo, que integra a lista europeia em quatro provas, sendo líder ibérica nos 100m mariposa.
Nota: reforço, para quem ainda se pergunta porque comparo os nossos tempos com Espanha, que a natação vizinha tem tido ao longo de várias décadas inúmeros campões e medalhados em europeus, mundiais e…Jogos Olímpicos, e inclusive recordes europeus e mundiais (alguns ainda em vigor). Logo, estar entre as/os melhores da nossa ‘jangada de pedra’ ibérica (recordando o nosso prémio Nobel José Saramago) só pode ser motivo de orgulho para a comunidade aquática lusitana.
Experiência e juventude presentes
Continuando: a veterana Ana Catarina Monteiro é o exemplo maior das novas gerações, que têm dado ao setor finais e algumas medalhas em palcos internacionais; faltam as medalhas em Europeus absolutos (que os homens já alcançaram) e finais em Mundiais e, a médio prazo, no palco maior do Olimpo. Monteiro é líder ibérica nos ‘seus’ 200 m mariposa, ocupando na Europa igual posição a Durães, um ótimo 6º lugar.
Rafaela Azevedo ‘arrecadou’ para si duas lideranças entre as melhores dos dois países nos 50m e 100m costas, sendo 16ª do Continente no hectómetro.
As olímpicas Tamila Holub e a ‘rejuvenescida’ Angélica André estão também no top europeu em três provas cada, esperando-se a continuação de boas marcas no Centro Olímpico de Piscina em Coimbra.
Ainda temos lacunas, naturalmente, mas também porque algumas mulheres de valor ainda não nadaram em forma no ano de 2022, como a olímpica em 2012 Ana P. Rodrigues (a bruços) ou Raquel G. Pereira (estilos).
Não é, pois, difícil de prever as provas onde haverá maior luta, mas se quiserem tomar nota aí vão: não percam as quatro provas de meio-fundo e fundo, 200m, 400m, 800m e 1500m livres; assim como os 50m e 100m mariposa (temos um raro empate entre as melhores nacionais do ano).
Também os 200m e 400m estilos trarão emoção.
E na velocidade? Bom, não temos ainda ninguém no ranking europeu, mas estou muito curioso por ver a prestação da talentosa Carolina Fernandes, que ainda júnior já é a líder das tabelas nacionais absolutas aos 50m e 100m livres.
(Nota: este ranking feminino é à data de dia 30, dois dias após o masculino, podendo ter entrado mais marcas na lista; por isso alarguei a análise ao top 80, em relação ao top 75 em masculinos).
A concluir, a importância deste Campeonato é tripla: o campeonato nacional de juvenis disputa-se praticamente à parte do de juniores e absolutos, havendo um terceiro Nacional em Coimbra (nas horas de almoço): o de Longa Distância, que atribuirá os títulos nacionais nos 3000m e 5000m. Nele participam também, por exemplo, as olímpicas Angélica e Diana, assim como o internacional Diogo Cardoso. Está em jogo, entre outros, a presença na importante estafeta mista nacional de 4x1500m no Europeu de Roma.
Melhores portuguesas no ranking Europeu desde janeiro 2022 (rankings à data de 30/03/22)
Nas provas de 50m e 100m livres e 50m, 100m e 200m bruços nenhuma portuguesa esta no top 80 europeu.* Nota: Em lugar não possível de especificar à data