Michael Phelps pode ter roubado a cena do USA Olympic Trials – a seletiva olímpica norte-americana, mas outros fatos chamaram a atenção no megaevento do país. A competição se encerrou neste domingo, em Omaha, nos Estados Unidos.
Dos 45 atletas que compõem a seleção americana, 30 participam pela primeira vez. É uma massiva renovação de um grupo acostumado a ver veteranos e grandes nomes subindo nos pódios internacionais. A média de idade é de 23 anos, mesmo com a presença de “trintões”, como Michael Phelps, Ryan Lochte e Antonhy Ervin. São 35 atletas com 25 anos ou menos. Entre eles, as estrelas da natação feminina, Katie Ledecky (19 anos) e Missy Franklin (21), ambas a caminho da segunda participação olímpica.
Porém, por mais bem-vinda que seja a renovação de um grupo forte como o americano, o que chamou a atenção foi a queda de grandes estrelas em suas provas – atletas que já conquistaram medalhas de ouro, mas que, neste edição, se viram superados por novatos.
Matt Grevers e Natalie Coughlin foram nomes que ventilaram a palavra “aposentadoria” durante a seletiva, mas acabaram sem confirmá-la. O campeão olímpico dos 100m costas foi superado por Ryan Murphy e David Plummer. Já Natalie, aos 33 anos e alguns recordes colecionados para o time americano, falhou em todas as suas tentativas e acabou desistindo até de disputar os 50m livre no último dia.
As eliminações dos “tiozões” começou logo de cara: nos 400m medley masculino, o atual campeão olímpico Ryan Lochte foi desbancado por Chase Kalizs (22), e Jay Litherland (20). Porém, garantiu sua vaga para os 200m medley e o revezamento 4x200m livre.
Não que seja realmente algo “estranho” à história americana, que costuma renovar com frequência o seu time nacional. O que pesou negativamente foi a ausência de tempos marcantes. Com exceção de dois novos recordes nacionais – 100m peito de Kevin Cordes e 200m do estilo com Josh Prenot -, não houve nenhum tempo mais expressivo (além da sempre envolvente Ledecky) ou até recorde mundial.
Das 26 provas disputadas, 16 tiveram marcas melhores que a seletiva de 2012. Das dez que pioraram as marcas, as quatro masculinas e 3 femininas envolvem ídolos e xodós da torcida americana: os 200m borboleta de Phelps, os 200m e 400m medley dele e de Lochte, e os 100m costas de Grevers. Entre as mulheres, três provas de Missy mostraram piora em 2016: 200m livre e 100m e 200m costas.
EUA no mundo
A seletiva colocou três provas no top 10 do ranking mundial de 2016: os 400m livre de Ledecky, 100m peito feminino de Lilly King, e 100m costas de Plummer. Michael Phelps, que venceu suas três provas (100m e 200m borboleta e 200m medley), não gostou muito dos tempos que alcançou, e também não conseguiu a liderança da lista de melhores marcas do planeta em nenhuma delas.
Antes dos trials, os australianos lideravam nove provas após as suas próprias seletivas. Apenas o 100m costas de Plummer superou os rivais do hemisfério sul.
Na mídia local, as manchetes não enganam: “Phelps e Ledecky carregam as esperanças americanas”. A líder mundial em todas as suas principais provas e o atleta mais premiado da história olímpica continuam sendo baluartes do esporte no país.
Em Londres-2012 os EUA levaram 31 medalhas, sendo 16 de ouro. Diante do que foi visto na seletiva, é improvável que uma diferença tão grande dos rivais seja vista no Estádio Aquático do Rio-2016.
Por Mayra Siqueira
Excelente texto, com informações relevantes dos competidores e histórico que precede a Rio 2016.
Para quem gosta de nadar, como eu, é empolgante e ajuda a definir para quem torcer! rsrsrsr