Morreu ontem em São Paulo, aos 82 anos, Edson Arantes do Nascimento. Simplesmente o Rei Pelé. Maior jogador de futebol de todos os tempos, maior atleta do século XX, maior atleta da história. O maior dos maiores. Nenhum atleta atingiu o tamanho que Pelé atingiu. O Rei foi reverenciado aonde quer que fosse e desde ontem, quando foi anunciada sua partida, continua recebendo homenagens dos quatro cantos do mundo. Mas Pelé não foi apenas um atleta excepcional, ele transcendeu e mudou pra sempre o mundo do esporte.
É um fato que Pelé mudou o futebol. Mas ele também mudou o esporte, a forma de como ele é promovido, consumido, vendido e admirado. O esporte após Pelé atingiu outro patamar. Uma prova disso são as inúmeras menções ao Rei de atletas de diversas modalidades ao longo da história. Todos reconhecem a impotância e o tamanho que Pelé teve para o esporte a nível global. Se Pelé não existisse, muito provavelmente o esporte não teria o mesmo tamanho que tem hoje em dia.
Mesmo nunca tendo disputado uma edição dos Jogos Olímpicos, na época atletas profissionais não podiam participar dos Jogos, Pelé sempre foi reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional. Participou de vários eventos relativos ao olimpismo e carregou a tocha olímpica em diversas cerimônias. Foi ainda uma das figuras mais emblemáticas da campanha do Rio de Janeiro em busca da sede olímpica em 2016. Fez campanha, se reuniu com figuras importanes e divulgou a Cidade Maravilhosa a todo mundo. Ao lado de outras lendas do esporte nacional, como os nadadores Cesar Cielo e Daniel Dias, Pelé esteve presente em Copenhague no dia 2 de outubro de 2009 quando o Rio foi oficializada sede dos Jogos de 2016.
A relação do Rei com a natação não é tão grande, mas Pelé teve encontros marcantes com algumas figuras da modalidade. Foi contemporâneo de Manoel dos Santos, que assim como o Rei viveu o ápice da carreira nos anos 1960. Enquanto Pelé empilhava títulos e gols, Manoel conquistava uma medalha de bronze olímpico e batia o recorde mundial dos 100m livre na piscina do Guanabara em 1961. Manoel inclusive, ensinou Pelé a nadar para que o Rei pudesse entrar na faculdade de Educação Física.
O Rei do futebol também se encontrou com o Rei das piscinas. Em dezembro de 2013, Pelé esteve junto de Michael Phelps em um evento da rede de fast food Subway, que patrocinava ambos. Se encontraram em São Paulo para gravar um comercial, tiraram fotos, conversaram, deram autógrafos para fãs e comeram sanduíches juntos. Neste dia, Pelé disse que esse era “o encontro do século”. Só não puderam bater bola porque Pelé estava com problemas no quadril. Mas se divertiram.
Mas o maior nome da natação que teve uma relação mais próxima com Pelé, foi João Havelange. Atleta olímpico com a natação em Berlim-1936 e com o polo aquático em Helsinque-1952, Havelange tornou-se dirigente após a carreira nas piscinas. Foi o presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), antiga Confederação Brasileira de Futebol (CBF), durante as conquistas das Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1970 e posteriormente foi presidente da Federação Internacional de Futebol (FIFA) durante 24 anos. São incontáveis encontros, reuniões e fotos com Pelé, além de terem tido uma relação bastante turbulenta.
Pelé teve uma importância ímpar para o Brasil. O Rei do futebol abriu as portas do Brasil para o mundo, levando nosso país aos quatro cantos do mundo. Deu protagonismo e voz ao negro brasileiro, que através dele sentia esperança para realizar sonhos em meio a uma estrutura racista. Como afirmou o jornalista Jamil Chade, Pelé foi o maior embaixador da história do nosso país. Se encontrou com as maiores figuras de seu tempo, de chefes de Estado aos Papas da Igreja Católica. Foi festejado pelas mais diversas celebridades de diversas áreas, foi garoto propaganda de inúmeras marcas, foi ministro dos esportes no governo Fernando Henrique Cardoso e chegou até a fazer um filme em Hollywood com Sylvester Stallone. Uma mostra de sua grandez foi que ontem após o anúncio de sua morte, recebeu uma homenagem da NASA, a agência espacial americana, mesmo nunca tendo participado ou comentado sobre ciência e espaço.
Agora após a sua morte muitas pessoas estão tendo a noção da dimensão do tamanho que Pelé teve e de tudo que representou para o Brasil, para o mundo, para o futebol e para o esporte. Uma figura que seguirá eternamente sendo reverenciada.
Morreu Edson Arantes do Nascimento, mas a lenda Pelé segue viva.