Riley Gaines, a ex-nadadora universitária que virou notícia por não ter o troféu para tirar a foto no pódio das 200 jardas livre do NCAA de 2022 segue na sua campanha “pela defesa dos direitos das mulheres no esporte”. O mais novo episódio desta farsa imaginária e aproveitadora foi ingressar com um processo contra o NCAA junto de outras 15 atletas e ex-atletas do sistema universitário americano.
Gaines, para quem acompanha a história desde o princípio, empatou em quinto lugar com a nadadora trans Lia Thomas nos 200 livre e na hora da foto teve de posar com o troféu de sexto lugar. O NCAA dá o mesmo troféu para todas as oito nadadoras finalistas de provas individuais e revezamentos apenas com mudança no tamanho do troféu. Como os troféus são personalizados este troféu extra de quinto lugar foi posteriormente enviado via correios para Gaines.
Na época, Gaines deu entrevista falando especificamente sobre o caso que não lhe incomodava. Ao longo dos meses e agora anos, ela iniciou uma verdadeira campanha política e cruzada pelo país mudando sua versão até mesmo para frustração e profunda tristeza pelo fato de ter sido impedida da foto pelo seu troféu de quinto lugar.
Na semana passada, Gaines esteve no podcast de Joe Rogan e omitiu que teria recebido o seu troféu de quinto lugar. Em outras entrevistas ela chegou a ser anunciada como campeã universitária além de “quase nadadora olímpica” em versões que ela nunca fez questão de corrigir.
Riley Gaines virou uma figura da extrema direita americana e uma cruzada em defesa dos direitos das mulheres em um assunto já definitivamente encerrado pela World Aquatics desde a aprovação da regra que limita a participação das atletas trans na natação mundial. Gaines nunca nem mencionou tal regra em suas palestras e muitas vezes se referiu a entidade como FINA, em nome que já foi alterado há 15 meses.
A farsa Riley Gaines não tem absolutamente nada a ver com a defesa de uma regra adequada e precisa valorizando e defendendo o direito do esporte feminino que já está em vigor desde Junho de 2022. É uma aproveitadora.
Acho que o maior debate é a permissão de entrada de atletas Trans, biologicamente masculinos, em competições femininas.
Tenho respeito pelo histórico do autor, porém o ataque a ex-atleta, independente do que ela faz, foge da pauta que necessita melhor discussão.
Concordo com o Andre. A questão principal, a meu ver, não são as ações recentes da Riley, mas a permissão, então vigente, para atletas biologicamente masculinos competirem. Os detalhes e situações vivenciadas pela Riley, incluindo a pressão das universidades e NCAA para aceitar tudo, também são importantes. Se trata de um tema caro para as atletas, e merece sim, na minha opinião, o holofote que está recebendo. A Riley não está sozinha na forma como vê o tema – a Martina Navratilova, por exemplo, também se manifestou em relação ao absurdo desse tipo de situação.