Os números são alarmantes: 16 brasileiros morrem afogados por dia, o equivalente a uma morte a cada 90 minutos, colocando o país no primeiro lugar na América Latina em número de afogamentos. Cuidados simples já ajudariam a reduzir esses índices e por isso o Mês da Segurança Aquática, em novembro, é dedicado à conscientização e ao ensino de melhores práticas para prevenir incidentes, tanto em crianças quanto em adultos.
“O afogamento é democrático, não vê raça, sexo, nível cultural ou socioeconômico. Ele acontece para todos. A prevenção é o grande remédio”, diz Rafaele Madormo, fundador do Inati (Instituto de Natação Infantil), que criou a data para promover a conscientização da segurança aquática. De 5.883 mortes computadas em um ano, 42% foram em vítimas de até 29 anos, sendo seis vezes mais em homens do que em mulheres, de acordo com o relatório 2025 da Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático), com informações do DataSUS do Ministério da Saúde.
Criado em 2012 pelo INATI para unir as escolas de natação, academias e clubes no combate unificado a esse problema social, o Mês da Segurança Aquática foi instituído em cidades como São Paulo (SP), Franca (SP), Ribeirão Preto (SP), Ourinhos (SP), Teutônia (RS) e Londrina (PR). Após quatro anos de tramitação no Congresso, foi aprovada a lei que oficializa nacionalmente a data. O presidente Lula sancionou a Lei nº 15.258, em 12 de novembro de 2025, que institui novembro como o Mês Nacional da Segurança Aquática em todo o país.
“É uma grande vitória. O reconhecimento nacional vai dar mais alcance e visibilidade à conscientização”, vibra Madormo.

Segundo maior causador de mortes infantis no Brasil, os afogamentos também acometem adultos – 57% das vítimas têm entre 15 e 49 anos -, muitas vezes por ignorarem cuidados simples que, literalmente, salvam vidas. Saber nadar é apenas uma das camadas de proteção e reduz em 88% o risco de afogamento em crianças de 1 a 4 anos, mas outras medidas são fundamentais. O Inati recomenda 5 passos que ajudam a prevenir afogamentos:
1 Nunca nade sozinho, mesmo que seja adulto e tenha habilidades aquáticas desenvolvidas – câimbras e mal súbito são imprevisíveis.
2 Não mergulhe de cabeça em águas desconhecidas – rios, represas e lagos podem ter baixa profundidade e ocultar pedras ou troncos e causar danos permanentes e até a morte.
3 Não prenda a respiração por muito tempo – o risco de apagão na água é real
4 Supervisione as crianças de perto – fique alerta quando elas estiverem próximas ou dentro da água, sem distrações como o uso do celular; não delegue a irmãos mais velhos e não confie em boias e flutuadores. Eles não substituem um adulto atento.
5 Use objetos flutuantes para ajudar outra pessoa em situação de afogamento – garrafa PET, corda, galho de árvore ou prancha para que ela se mantenha flutuando. Depois, busque ajuda especializada, ligue para o Corpo de Bombeiros no 193 ou para o SAMU no 192.
O Inati lança jogos educativos gratuitos como parte da campanha do Mês da Segurança Aquática. Quebra-cabeças, jogo da memória, álbum de figurinhas e até um jogo de tabuleiro fazem parte do material disponibilizado no site do instituto. “A criança é vetor do conhecimento. Ela brinca, aprende e envolve a família, ajudando todos a absorverem a informação”, diz Sandra Rossi Madormo, professora de natação e cofundadora da entidade.
A proximidade do verão torna as medidas ainda mais urgentes, já que esse período concentra 31% dos afogamentos em praias, rios, lagos, piscinas e até mesmo inundações. “Promovemos ações ano todo, para que a sociedade se conscientize para esse trágico problema e novembro é o momento que o movimento do setor aquático se faz mais forte e presente”, completa Sandra.
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Os dados relatados pelo INAT são dados tirados da SOBRASA (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático)
Portanto os créditos desses dados devem ser dados a SOBRASA.