O Mar Morto é conhecido por ser o mais salgado do mundo e por isso a água tem altos índices de flutuabilidade, que faz com que seja muito difícil de afundar devido ao sal. E turistas do mundo todo vão até lá todos os anos para boiar nas águas. Em 2016 um grupo de aproximadamente 30 nadadores resolveu nadar entre a Jordânia e Israel buscando realizar a primeira travessia pelo Mar Morto.
Para nadar a prova foi preciso que os nadadores usassem uma máscara especial com snorkel, que permitia com que eles mergulhassem o rosto na água, mantendo desta forma o sal longe dos olhos e da boca para evitar lesões, já que a água do mar morto é dez vezes mais salgada do que água do mar comum.
O projeto, que foi patrocinado pelo EcoPeace no Oriente Médio e pelo Conselho Regional Tamar, tendo como objetivo conscientizar o frágil estado do Mar Morto, que na verdade é um lago. E ele está ficando cada vez mais salgado e recuando um metro anualmente.
Antes de começar a prova alguns dos nadadores foram submetidos a um eletrocardiograma e exames de sangue. Os resultados foram comparados com testes depois da prova para entender qual foi impacto do sal no sistema nervoso de cada nadador.
Dois grupos de nadadores se uniram para o desafio e partiram da Praia de Wadi Mujib, na Jordânia, e começaram a nadar em direção ao lado israelense. Após mais de sete horas na água salgada, os nadadores chegaram a costa de Ein Gedi, em Israel. Como esperado nem todos conseguiram terminar a prova. Cerca de 80% deles percorreram os 16 quilômetros inteiros, enquanto o restante parou e embarcou nos barcos que os acompanhavam.
“Engolir um copo dessa água é equivalente a uma picada de cascavel em termos de danos ao sistema nervoso, e é por isso que há mais afogamentos no Mar Morto do que no Mediterrâneo”, diz Uri Sela, um dos líderes do desafio. “Um pequeno gole pode secar seu cérebro”, acrescentou Sela, instrutora de natação e proprietária de centros de instrução de natação.
No trajeto os nadadores fizeram uma pausa a cada meia hora para beber água e a cada hora para comer um lanche de proteína ou energia, sendo uma fatia de pão com tahine ou mel. Quando eles pararam para descansar, removiam as máscaras e eram mergulhados em água fresca nos braços e no rosto.
Até nadadores mais experientes tiveram que se acostumar com uma maneira diferente de nadar, sem usar as pernas devido a flutuabilidade da água. “Você não pode mexer as pernas. Qualquer movimento das pernas exerce uma pressão tremenda sobre os músculos das costas”, disse Sela.
“Foi uma experiência incrível”, disse Avishag Turk, que já chegou a nadar 42,2 quilômetros no Mar Mediterrâneo. “Isso não é como o Mediterrâneo. É muito mais calmo e mais tranquilo. Por um lado, é mais fácil nadar porque você flutua e usa apenas os braços. Mas por outro, tudo queima. E não consigo descrever essa sensação exatamente”, completou sobre os efeitos do sal do Mar Morto.
A aventura entrou para o Guiness Book, o livro dos recordes, como a primeira travessia de sucesso no Mar Morto. Para quem quiser encontrar mais informações podem acessar o site do jornal israelense Haaretz que traz uma matéria sobre o assunto.