A portuguesa Angélica André regressou aos pódios internacionais, ao se classificar hoje em terceiro lugar nos 10k da primeira etapa da Taça LEN, em Eliat (Israel).
A prova também era Open e foi vencida pela ‘suspeita’ do costume: Ana Marcela Cunha, a melhor nadadora de águas abertas de sempre, que venceu a prova em 2:06:01.3, à frente da francesa Oceane Cassignol (a 1:21.4), e da italiana Ginevra Addeucci (a 1:23.6).
A olímpica do Futebol Clube do Porto ficou a 1:28.9 da toda-poderosa Ana Marcela, com 2:07:30.2, vencendo ao sprint e por escassos décimos de segundo a dupla de italianas Gabbrielleschi (2:07:31.5) e Pozzobon (2:07:32.0); a prova foi toda ela muito disputada e competitiva, tendo decorrido no Golfo de Aqaba (extremo sul de Israel).
No final Angélica estava bastante satisfeita com o pódio e disse-me: “A prova correu bem, foi equilibrada; e foi bom ter alcançado o terceiro lugar, sabendo logo à partida que havia aqui uma boa competição”.
Explicou que seguiu “sempre no grupo, mas o facto de a prova ter sido disputada em voltas mais curtas (8×1250 metros) acabou por levar a que os rapazes dessem uma volta de avanço, perturbando a classificação na prova feminina, com as mais fortes a seguirem os homens. Mas tudo bem. Agora é continuar a trabalhar”, sublinhando isso mesmo: “ainda há muito para fazer e melhorar.”
Muito satisfeitos com a classificação
Também o seu treinador José Manuel Borges me disse estarem “muito satisfeitos pela classificação; estamos no caminho certo e sabemos o que falta melhorar. Agora (temos) uma última etapa (de preparação) em piscina, e depois é apontar baterias para o Mundial”, de Budapeste (os 10km femininos são no dia 29 de junho, na baía da praia de Lupa)
Esta medalha de bronze na Taça da Liga Europeia de Natação é, sem dúvida, um importante momento de motivação para a experiente Angélica, cuja carreira pareceu tremer um pouco, quando em outubro passado trocou o seu clube e treinador de sempre (Fluvial Portuense e Rui Borges), para ingressar no forte FC Porto às ordens do irmão de Rui, o também técnico olímpico José Manuel.
A aposta está a dar bons frutos, não só pelos resultados ao longo da época – também em piscina, com muita consistência e até polivalência – mas pela forma como nadou hoje em Israel, confiante e na luta pelos primeiros lugares, algo que quererá repetir cada vez mais vezes até ao Mundial.
A campeã da europa júnior em 2021 Mafalda Rosa Campos (Clube de Natação de Rio Maior) obteve um interessante 13º lugar europeu (14º open) em 2:08:47.6, 3,7 segundos à frente da peruana Maria Bramont Arias.
O olímpico Tiago Campos (também do C.N. Rio Maior) foi 17º classificado (18º open) com 1:57:56.2, em 39 homens que nadaram (não tendo quatro chegado ao fim).
Para o treinador olímpico de ambos em Rio Maior, Nuno Ricardo, “correu tudo dentro do previsto, pois nós iniciámos há quatro semanas o bloco de preparação para o Mundial, e competimos agora numa fase onde o trabalho ainda está na fase geral.”
Sobre a experiência do regresso a grandes competições: “penso que foi bom relembrar um pouco o que é competir em águas abertas com o mar bastante picado e ondulado…”
Finalmente, em 27º lugar (28º open) ficou o também jovem Diogo Cardoso (Sporting Clube de Portugal), com 2:01:38.3. O atleta de Alexandre Dias soube aguentar o ritmo, continuando a melhorar e ganhar experiência internacional.