Chun Kong Mak, um nadador de 34 anos de Hong Kong, completou neste mês a famosa Travessia do Canal da Mancha depois de se recuperar da COVID-19, vírus que atinge o mundo todo. Em fevereiro ele uma travessia de 1,6 km em Altenworth, na Áustria. A água estava em torno de 5ºC e ele completou o percurso em 43 minutos e tornou-se o primeiro homem a nadar a famosa “Milha de Gelo” no estilo borboleta. “Depois de nadar, apaguei”, disse ele.
Em março, Mak foi diagnosticado com uma infecção semelhante à gripe que contraiu durante uma viagem de lazer a Londres. Sua experiência durante esse tempo foi de desespero, mas pontilhada de sorte. “Estava com febre e fiquei em casa, mas ela aumentava todos os dias. Estava com dor de garganta e nariz escorrendo e tinha dores nas articulações e nos músculos anteriormente. Mas elas se agravaram”, comentou. Depois de alguns dias ele se sentiu melhor, mas queria fazer o teste para ter certeza se havia contraído o COVID-19. Dito e feito: um teste confirmou seu medo. Ele estava infectado.
Ele foi colocado em quarentena por 28 dias e só pôde deixar sua casa após dois testes darem negativos. Mak temia que a infecção afetasse sua habilidade de nadar porque desde que voltou a nadar vinha estabelecendo novos desafios para si mesmo. “A maioria das pessoas pensa que sou louco pelos desafios que aceito”, comentou.

Mak não estava sem nadar desde que se mudou para a Europa, mas conseguiu nadar algumas vezes pouco antes de encarar o Canal da Mancha. No dia 2 de setembro Mak caiu na água para se tornar o primeiro cidadão de Hong Kong a completar a prova. Devido a força da maré ele acabou nadando 54 km concluindo a travessia em 14 horas. “Chorei na praia quando saí da água e fiquei maravilhado. Meus irmãos acham que sou louco e meu pai sempre me disse que eu não poderia viver de nadar”, comentou.
Nadar no Canal da Mancha foi um grande desafio para Mak. A temperatura da água era de cerca de 17º C e as fortes marés eram uma luta constante. Os habitantes de Hong Kong não estão acostumados com água fria, mas ele fez questão de terminar o desafio. “O mar estava agitado e violento. Quatro horas depois de começar a nadar, vomitei tudo do estômago. Meu treinador, o tcheco Rostislav Vitek, continuou me incentivando. Depois da natação, meu ombro e braço esquerdos doíam. Meu braço direito ficou inchado e meu estômago estava em más condições. Meu corpo demorou muitos dias para voltar ao normal”, disse sobre a prova.
Ao nadar o Canal da Mancha ele queria mostrar ao mundo que “o medo do vírus é pior do que o próprio vírus”. Ele espera que os habitantes de Hong Kong possam se inspirar nisso. “Esperemos que os habitantes de Hong Kong façam o mesmo com sucesso”, finaliza o mais novo nadador a concluir a Travessia do Canal da Mancha.