Ian Thorpe sempre foi um gigante. Nasceu pesando 4,1 kg e medindo 59 cm, um bebê grande para os padrões normais. Na infância foi um dos meninos mais altos de sua turma e aos cinco anos de idade começou a nadar junto da irmã. Ainda adolescente chegou a seleção australiana e aos 15 anos conquistou seu primeiro título mundial nos 400m livre nadando em Perth em frente a seus compatriotas.
No ano seguinte, em 1999, bateu seu primeiro recorde mundial e iniciou seu reinado nas piscinas. Apelidado de “Thorpedo”, o australiano viveu entre 2000 e 2002 seu auge nas piscinas sendo derrotado raríssimas vezes. Nesse período cansou de bater recordes mundiais e colecionar medalhas, tendo sido o grande nome dos Jogos Olímpicos de Sydney-2000, do Campeonato Mundial de Fukuoka-2001 e do Campeonato Pan-Pacífico de Manchester-2002.
Com 1,95m de altura e calçando 51, Thorpe tinha uma técnica espetacular e um nado belíssimo, sendo considerado por alguns especialistas como o mais perfeito de crawl já visto. Também já foi eleito pela conceituada revista Swimming World o melhor do mundo quatro vezes e uma figura bastante procurada pelo mercado publicitário tendo sido patrocinada por várias marcas como Adidas, Audi, Qantas, entre outras.
Thorpe também participou daquela que foi chamada de “a prova do século” onde bateu Pieter van den Hoogenband e Michael Phelps na final olímpica dos 200m livre em Atenas-2004 quando cresceu nos últimos 50 metros com uma arrancada impressionante para vencer a prova. Dias antes ele já havia conquistado outro ouro nos 400m livre, prova que só nadou porque Craig Stevens desistiu, já que na seletiva australiana ele queimou a largada.
Após esta Olimpíada tirou um período sabático, ensaiando uma aposentadoria que se concretizou em novembro de 2006 após afirmar que não disputaria o Campeonato Mundial de Melbourne no ano seguinte para decepção de parte do público local que gostaria ver seu maior ídolo em ação. Após encerrar a carreira, Thorpe sofreu com altos e baixos.
Lançou uma autobiografia onde revelou ter tido depressão durante a carreira devido a enorme pressão por resultados e também afirmou ter sofrido com vício em álcool em determinados momentos. Ensaiou um retorno as piscinas em 2011, mas ficou longe de seus melhores tempos e desistiu da empreitada. Em 2014 revelou ao mundo sua homossexualidade e hoje atua como comentarista de TV, ativista e filantropo.