O Sport Lisboa e Benfica sagrou-se duplo campeão de Portugal no 45ª edição do Nacional clubes, conquistando a ‘dobradinha’ em Quarteira.
O FC Porto foi vice-campeão em masculinos e terceiro em femininos, o Sporting vice-campeão em femininos e quarto em masculinos, sendo o Sport Algés e Dafundo terceiro entre os homens e quarto entre as mulheres.
Estes foram os quatro clubes mais fortes da competição que encerrou a época de piscina curta em Portugal (link para resultados completos no final do artigo).
As águias, treinadas agora a solo por Miguel Frischknecht, alcançaram o seu segundo título de clubes em femininos, e já o oitavo em masculinos (ver quadros em baixo), assim como a sua segunda dobradinha da história, juntando-.se ao FC Porto neste difícil feito (embora os dragões em anos seguidos)
Em masculinos a supremacia começa a fazer história, pois a equipa dos olímpicos Miguel Nascimento (capitão) e Diogo Ribeiro conquistaram já o tetra, fruto de uma equipa muito homogénea e com poucos pontos fracos.
O Benfica venceu nada menos que 12 das 19 provas do programa, com destaque para as duplas vitórias de Miguel Nascimento, Diogo Ribeiro e João Carneiro, valendo 17 pontos cada chegada em primeiro lugar.
O FC Porto, com o novo treinador Rui Borges, teve vencedores apenas em duas provas, ficando a mais de 20 pontos no final.
Três dos cinco atletas com provas mais pontuadas são da Luz (por esta ordem: João Carneiro, Henrique Silva e Diogo Ribeiro, que esteve modesto nas suas prestações).
No final o treinador benfiquista Miguel Frischknecht declarou à FPN: “os nadadores do Benfica excederam-se, tiveram um comportamento irrepreensível e fomos uns justos vencedores. Este duplo triunfo tem ainda mais valor porque é sempre muito difícil ganhar nos dois géneros.”

Em femininos um pouco mais equilibrado
No setor feminino o Benfica sentiu mais dificuldades para conquistar aquele que é apenas o seu segundo título (ver quadros em baixo), em especial pelas sportinguistas, que até à última prova ainda tinham esperança de revalidar o título.
Aliás, o Sporting até venceu essa derradeira prova e com recorde nacional, mas as atletas capitaneadas pela veterana Diana Durães foram mais fortes por 11 pontos.
Entre alguma discussão e semi-polémica quanto à utilização pelo Benfica de quatro atletas estrangeiras em seis que nadaram – e não sendo o momento de me dedicar mais a fundo ao tema – apenas posso referir: 1) os regulamentos permitem-no; 2) é comum a inúmeros clubes da nossa natação há muitos anos; 3) é absolutamente natural em todas as modalidades profissionais e semi-profissionais do país (e do mundo, diria); 4) se é o que a modalidade mais precisa, nesta fase de evolução modesta, pode ser debatido. Mas também não vejo objeções (nem objetores) quando vários dos melhores nadadores lusos representam clubes em Espanha e França para os mesmos efeitos.
As benfiquistas venceram seis das 19 provas do Nacional de Clubes, com as sportinguistas orientadas por Carlos Cruchinho a vencer quatro; uma estaafeta (4x200m livres) e três pela principal surpresa da natação portuguesa nesta época de curta – Anna Fomina, que obteve ainda com a melhor marca individual da competição, aos 200m livres.
Aliás, nuns Nacionais muito modestos em termos de marcas, não foi alcançado qualquer recorde nacional individual em femininos, sendo os três de estafetas e pelo Sporting: aos 4×100 m livres, 4x100m estilos e hoje nos 4x200m livres (este recorde sénior, sendo os anteriores também absolutos).

Miguel Oliveira e pouco mais
Sendo verdade que o Nacional de Clubes não é a competição que mais favorece a obtenção de grandes resultados individuais, também recordo – e fui confirmar – que nas edições anteriores (fosse na versão piscina curta ou em longa, que se realizava habitualmente em abril) as marcas eram de um nível bastante mais elevado.
O ‘menino’ do Vitória (VSC) Miguel Oliveira voltou a brilhar, tornando-se no primeiro júnior de 17 anos (nasceu em 2009) a quebrar os 54 segundos aos 100m costas: venceu a prova aos graúdos em 53.79, melhorando os seus 54.74 de 16 de novembro último, e nadou inclusive melhor que a marca-limite de 18 anos, que o consagrado Alexis Santos ainda tem aos 100m costas desde 2009 (mas que se mantém em vigor claro).
AS SEIS BENFIQUISTAS CAMPEÃS DE PORTUGAL (ordem alfabética):
Alix Genevieve PREDINE (França)
Camille Amelie TISSANDIE (França)
Diana Margarida DURÃES
Giulia Felicie ROSSI-BÉNÉ (França)
Jacqueline Nicole, BANKY (Luxemburgo)
Rita Barros FRISCHKNECHT

OS DEZ BENFIQUISTAS CAMPEÕES DE PORTUGAL (ordem alfabética):
Bernardo Victorino ALMEIDA
Diogo Matos RIBEIRO
Diogo Santos Costa
Gustavo Carvalhais RIBEIRO
Henrique Gomes Silva
João Soares CARNEIRO (Luxemburgo)
Miguel Duarte NASCIMENTO
Rafael Miguel MIMOSO
Renato Ferreira MIMOSO
Tomas Maia JANUARIO
Pedaços de história em três parágrafos
O primeiro campeonato nacional de clubes disputou-se na época de 1978/79, e durante oito anos a classificação era conjunta, ou seja pelo somatório dos pontos em femininos e masculinos, tendo o Futebol Clube do Porto como grande dominador.
A partir de 1986/87 iniciou-se a divisão por sexos, e entre 1989/90 e 1992/93 os dois campeões nacionais foram apurados para disputar os Campeonatos de Clubes da CEE, a Comunidade Económica Europeia, que entretanto durariam poucos anos.
A competição disputou-se quase sempre em piscina olímpica, sendo desde Albufeira 2024 (há 12 meses) disputado em piscina curta, o que torna, eventualmente, a competição mais equilibrada e justa, pois vários clubes não têm onde treinar em piscina longa.
| CAMPEÕES DE PORTUGAL DE CLUBES DA 1ª DIVISÃO (competição não se realizou em 2019/20 e 2020/21 devido à pandemia) |
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| Oito Títulos absolutos (ambos os sexos) | |||||
| Clube | Títulos | 1º | |||
| FC Porto | 6 | 79/80 | |||
| S. Algés e D. | 2 | 78/79 | |||
| 37 Títulos em femininos | |||||
| Clube | Títulos | 1º | |||
| FC Porto | 15 | 88/89 | |||
| Sporting CP | 9 | 00/01 | |||
| S. Algés e Dafundo | 5 | 86/87 | |||
| SC Braga | 4 | 92/93 | |||
| CN Amadora | 2 | 06/07 | |||
| SL Benfica | 2 | 87/88 | |||
| 37 Títulos em masculinos | |||||
| Clube | Títulos | 1º | |||
| Algés e Dafundo | 10 | 94/95 | |||
| Sporting CP | 9 | 11/12 | |||
| SL Benfica | 8 | 86/87 | |||
| FC Porto | 4 | 87/88 | |||
| CN Amadora | 3 | 03/04 | |||
| CF Vilacondense | 3 | 04/05 | |||
| Sete clubes, 81 títulos (incluindo 1º modelo da competição, pontuação conjunta F./M.) | |||||
| FC Porto | 25 | ||||
| Algés e Dafundo | 17 | ||||
| Sporting CP | 17 | ||||
| SL Benfica | 10 | ||||
| CN Amadora | 5 | ||||
| SC Braga | 4 | ||||
| CF Vilacondense | 3 | ||||
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Dobradinhas (vitória em Fem. + Mas.) |
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| Clube | Época | ||||
| FC Porto | 1990/91 | ||||
| FC Porto | 1991/92 | ||||
| Algés e Dafundo | 1994/95 | ||||
| Sporting CP | 2021/22 | ||||
| SL Benfica | 2023/24 | ||||
| SL Benfica | 2025/26 | ||||
Campeonatos Nacionais de Clubes 1.ª Divisão – SPLASH Meet Manager 11



































