Aos 19 anos de idade, Guilherme Caribé virou a nova esperança da velocidade da natação brasileira. Em um país de Cesar Cielo, Bruno Fratus, Gustavo Borges, Fernando Scherer, Marcelo Chierighini, o baiano parece ser a nova perspectiva das provas mais rápidas da natação.
A tradição brasileira é gigantesca nas provas de 50m e 100m livre. São oito medalhas olímpicas, oito medalhas em Mundiais de Longa e dez medalhas em Mundiais de Curta. Se considerarmos as provas em jardas e os resultados do NCAA, ainda tem os títulos de Cesar Cielo nas 50 e 100 jardas livre, Gustavo Borges e João de Lucca nos 100 livre. Tudo isso com recordes mundiais em piscina curta e longa, recordes do NCAA. É muita coisa!

Esta tradição, entretanto, estava adormecida. Apenas Bruno Fratus vinha quebrando a barreira dos 22 segundos nos 50m livre, e olha que ele já fez isso por 100 vezes. Sem contabilizar Fratus, nenhum brasileiro nadava a prova dos 50 metros para 21 desde abril de 2018 quando Pedro Spajari fez 21s82 no Troféu Brasil daquele ano. Outro jejum era nadar para 47 nos 100m livre, este não acontecia desde o Mundial de Gwangju, em 2019, quando Marcelo Chierighini nadou as três vezes, eliminatórias, semifinal e final da prova abaixo dos 48 segundos.
Estas duas barreiras de 22 e 48 foram quebradas no Troféu Julio de Lamare no Rio de Janeiro, no mês passado. Vindo da sua meia (e vitoriosa) temporada universitária na Universidade do Tennessee, Caribé venceu as provas de 50m e 100m livre respectivamente com 21s87 e 47s82.

Os 50m livre de 21s87 fez de Caribé o sétimo nadador brasileiro abaixo da barreira dos 22 segundos. Nos 100m livre, os 47s82 lhe coloca em posição ainda melhor, é o quarto melhor da história. Na sua frente, apenas Cesar Cielo 46s91, Marcelo Chierighini 47s68 e Nicolas Oliveira 47s78.
Os resultados do Julio de Lamare foram apenas uma sequência do excelente ano de Caribé. Antes de viajar para os Estados Unidos, nadando em tomadas de tempo no Brasileiro Júnior cancelado ele já havia feito suas melhores marcas pessoais. Em poucos meses de Universidade do Tennessee, troca de programa e de treinador, a adaptação foi muito rápida.

Ao final da primeira parte da temporada, Caribé ocupa o quarto lugar do ranking americano do NCAA nas 50 jardas livre (18s91) e a terceira posição nas 100 jardas livre (41s44). Ambas as marcas projetam uma possível de quebra de recordes brasileiros em jardas que ainda são de Cesar Cielo respectivamente com 18s47 e 40s92.
Caribé está no seu primeiro ano de faculdade, o chamado “freshman” e os 41s44 lhe faz o segundo melhor freshman da história na prova enquanto é o quarto nos 50 livre.