O atleta da cidade-berço de Portugal despediu-se em grande do Mundial de Fukuoka, com um recorde nacional igualado nos 50m costas, e um novo recorde pessoal de 25.28, a valerem o 22º lugar em 64 participantes.
Com esta melhoria (tinha como recorde 25.51 desde março do ano passado), João Costa sobe nada menos que dez lugares na classificação, considerando o seu lugar inicial na ‘start list’ (lista de inscrição).
O 16º apurado para a meia-final realizou 25.11, marca que o novo membro da ‘dream team’ olímpica de natação poderá alcançar num futuro próximo.
Neste Mundial deu indicações positivas tanto nos 50m como nos 200m costas; nesta não fez recorde pessoal, mas ficou a tês lugares das ‘meias’, tendo nos 100m do seu estilo pulverizado o recorde com mínimo ‘parisiense’ e meia-final…
É claramente um dos atletas que realizou um Mundial mais positivo, faltando concluir com chave de ouro, amanhã na estafeta de estilos onde, se estiver inspirado, ainda pode melhorar o seu recorde nacional (ver em baixo).

Estafeta lusitana
Por incrível que possa parecer, em 18 presenças nacionais em Mundiais de longa, Portugal só se apresentou uma vez com uma estafeta masculina de 4x100m estilos. Foi em Madrid 1986, quando ficamos no 15º lugar com 3:56.40 por intermédio de quatro ilustres: Pedro Soares (C – ABV Estoris), Alexandre Yokochi (B – SLB), João Santos(M – SLB) e Sérgio Esteves (L – FCP).
Trinta e sete anos depois voltamos a esta prova, e ainda bem, pois temos tudo para que corra bem, se considerarmos as declarações pré-Mundial de Alberto Silva, treinador para o alto rendimento da FPN: “O objeto da participação da estafeta é mais um entrosamento da equipa num evento importante; ver com se portam, criar ambição em relação a essa prova, um pequeno passo, em relação (aos) objetivos, que passam por Paris 2024, numa caminhada que se pretende desenvolver até 2028”, afirmou ao site federativo.
Como expliquei antes do Mundial (ver Portugal pode chegar a uma final e sete meias-finais no Mundial de Fukuoka – Swimchannel ) em princípio as 13 primeiras nações das eliminatórias do Mundial de Doha (Catar) em fevereiro de 2024 (para além dos países medalhados em Fukuoka, num total de 16 seleções) serão apuradas para os Jogos Olímpicos, pelo que será esse um dos objetivos-teste do quarteto luso para a próxima madrugada no Japão.
Focados para o desafio final
Os quatro elementos devem estar ainda muito focados neste desafio final, pois algumas marcas das eliminatórias têm sido bem piores que o previsto, e nadando ao ser melhor nível uma final pode não ficar assim tão longe.
A suceder seria a primeira vez numa prova olímpica em Mundiais de longa, e a segunda de sempre da natação portuguesa, depois do 7º lugar dos 4x50m livres masculinos em Perth 1991.
Não mudei nada à minha previsão do passado dia 16 (artigo que referi acima), mas tenho em conta que dois destes quatro atletas estiveram bastante bem no Mundial, e dois nem tanto. Em todo o caso, opto por manter o tempo total previsto (espero enganar-me claro, por defeito),
Quarteto nacional de 4x100m estilos (recordes pessoais nas suas provas individuais):
Costas – João Costa – RN de 53.71
Bruços – Gabriel Lopes – RP de 1.01.65
Mariposa – Diogo Ribeiro – RN de 51.45
Livres – Miguel Nascimento – RP de 49.04
Total: 3:35/3:36
Portugal nadará a primeira de três séries às 02h58 (pista 6, ao lado da Suíça), sendo a final às 13h19.