O ultramaratonista aquático e ativista, Lewis Pugh, completou nesta semana a “prova mais fria da Terra”. Trata-se de um desafio de 7,8 km ao longo de 12 dias através do Ilulissat Icefjord, na Groenlândia. Ele é a primeira pessoa a completar um desafio de águas abertas de vários dias nas regiões polares.
O britânico é conhecido também por realizar o primeiro nado no Polo Norte em 2007, para chamar atenção do derretimento do gelo marinho do Oceano Ártico e agora o primeiro a completar esse desafio. “A razão pela qual fiz esta prova é clara: contamos com o gelo para nossa sobrevivência. O gelo mantém nosso planeta frio o suficiente para viver. Mas estamos perdendo rapidamente. Sem gelo, não tem vida”, comentou ao jornal The Independent.

“Estou profundamente alarmado com o que vi. No mês passado foi a primeira vez na história registrada que choveu no ponto mais alto do manto de gelo da Groenlândia. O derretimento está se acelerando. Observei a água jorrar do manto de gelo em um local que há apenas alguns anos estava coberto por centenas de metros de gelo. Eu também testemunhei quantidades chocantes de gelo sendo empurradas pela minha rota de prova e longe no mar”, completou.
As regiões polares são indicativas da velocidade e gravidade do aquecimento global e estão experimentando mudanças mais rápidas do que qualquer outra região da Terra. Em 2010, Pugh nadou em um lago glacial no Monte Everest buscando chamar a atenção para o derretimento das geleiras no Himalaia e o impacto que a água possui na região e a partir de ali começou sua luta ambiental.

Se toda a camada de gelo da Groenlândia derreter, isso levaria a um aumento global do nível do mar de sete metros. Os cientistas alertam que mesmo um aumento de um metro no nível do mar seria devastador para milhões em todo o mundo, afogando grandes cidades como Londres, Tóquio e Nova York.
“O que acontecer no Ártico determinará o futuro do nosso planeta e de tudo que vive nele. As regiões polares estão sentindo os efeitos da crise climática de forma mais dramática do que em qualquer outro lugar da Terra. Se as temperaturas continuarem a aumentar, as calotas polares derreterão e o nível do mar aumentará ”, contou Pugh. O nadador falará aos delegados na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26), que acontecerá em Glasgow na Escócia entre os dias 1 a 12 de novembro.