A belíssima cidade de Cascais é palco do primeiro congresso da era António Silva à frente da Liga Europeia de Natação, cumprindo a promessa eleitoral de realizar esta ‘avaliação’ 100 dias após a sua eleição, a cinco de fevereiro em Frankforte.
Desde sexta-feira que se realizam num hotel de Cascais diversas reuniões de comissões e comités técnicos do organismo que tutela os desportos aquáticos na Europa, tendo já o ‘bureau’ da ‘European Aquatics Association’ (como já é designada em comunicações da LEN) decidido a atribuição dos Europeus de polo aquático de 2024 a Tel Aviv (Israel) e de 2026 a Belgrado (Sérvia).
No congresso extraordinário de sábado de manhã serão discutidos os primeiros três meses do presidente e equipa que destronou o ‘eterno’ Paolo Barelli, anterior presidente da LEN, numa transição pouco pacífica e com muitas acusações no discurso de despedida. Barelli, tal como António Silva em Portugal, continua presidente da federação do seu país (Itália), sendo também deputado.

O presidente da LEN declarou em vésperas do congresso de Cascais: “tínhamos uma visão clara sobre como desenvolver os desportos aquáticos de uma forma cooperativa, inclusiva e unida; já atingimos muito em conjunto, e desejamos continuar esta jornada com a mesma energia e determinação, por forma a trazermos uma mudança positiva e sustentável ao nosso desporto. Mas é importante sublinhar que o nosso trabalho só agora está a começar, e continuaremos a cooperar com todas as federações, para bem do nosso desporto”.
Segundo informação da LEN a que Swim Channel teve acesso, estas são algumas das áreas onde já foi desenvolvido trabalho:
– foi dada prioridade a uma boa governança e integridade através de propostas de reformas na constituição, que serão votadas em Cascais pelas federações presentes;
– a realização de uma auditoria à sede e estruturas da LEN, às suas finanças e operações, com enfoque nos eventos, marketing e comunicações;
– a construção de um maior alinhamento com a FINA, que incluiu uma recente e alargada visita a vários países europeus (por parte do presidente da ‘World Aquatics/FINA’, Hussain Al-Musallam e do presidente da LEN e outros diretores);
– focus na sustentabilidade financeira pela redefinição do calendário de provas e da abordagem ao marketing e aos media;
– identificação de novos programas corporativos de responsabilidade social, tendo como alvo a desigualdade social, através de conversações com o Comité Paralímpico Internacional, e a criação de uma ‘Comissão de projetos especializadas’, e de três sub-comissões;
Uma coisa é certa: a dinâmica de António Silva, do vice-presidente Josip Vardovic e de toda a extensa equipa começa a notar-se, e a LEN e as suas modalidades aquáticas (e atletas) só têm a ganhar com isso. De Cascais por certo sairão várias decisões importantes para o futuro destas modalidades no Velho Continente.