Cruzar um estreito que separa dois continentes e nadar do lado asiático de Istambul até a Europa. Esse é o desafio que milhares de atletas do mundo todo enfrentam na Travessia Intercontinental do Bósforo (Samsung Bosphorus Cross Continental Swimming Race), realizada no último domingo (24) na Turquia.
Reconhecida pela World Open Water Swimming Association (WOWSA) como uma das melhores prova de águas abertas do mundo, a competição é organizada pelo Comitê Olímpico Nacional da Turquia e reúne nadadores de diferentes idades e nacionalidades. Este ano, 2.850 atletas de 81 países participaram da prova de 6,5 km, ligando Kanlica, no lado asiático do Bósforo, até Kuruçesme, no lado europeu.Entre os competidores estava o engenheiro brasileiro Nicolau Serra, de 63 anos, que já soma quase quatro décadas dedicadas à natação.

Praticante desde os 13 anos, ele voltou ao esporte através do triatlo, migrou para o circuito máster de piscina e, há 15 anos, se apaixonou pelas provas de águas abertas. Atualmente, treina cerca de 1.000 km por ano e participa de aproximadamente 40 provas anualmente.
“Todo ano faço uma lista das provas pelo mundo (esse ano registrei 345 provas, das quais 145 no Brasil e 200 fora). Esse ano, dentre as mais legais da Europa/Asia/Egito entre agosto e setembro, escolhi fazer essa do Bosforo, além outras 4 provas na Sicilia, sul da França e Egito. Vou ficar cerca de 40 dias nessa viagem, procurando lugares para manter os treinamentos e poder participar de 5 provas nesse período.”, comentou o atleta natural de Ribeirão Preto (SP).

A largada da Travessia impressiona. Os 2.850 nadadores são distribuídos em três embarcações conectadas, precisando correr por uma rampa estreita para mergulhar no estreito. Mas o tempo só começa a ser contabilizado quando cada atleta cruza o tapete de cronometragem no início da rampa, garantindo justiça no resultado final, mesmo com a diferença de até 50 minutos entre o primeiro e o último a iniciar.
Com correnteza predominantemente favorável, mas trechos que exigem atenção devido ao fluxo contrário, o percurso é considerado de nível intermediário. O segredo, segundo os veteranos, é manter-se no meio do canal e só buscar a margem próximo à chegada.
Nicolau conquistou o 3º lugar na categoria 60–64 anos.
Veja os resultados da prova: https://www.championchip.ee/live/3145

O Estreito do Bósforo, que liga o Mar Negro ao Mar de Mármara, não tem apenas relevância geográfica e estratégica. Seu próprio nome guarda um traço da mitologia: “Bosphorus” significa “caminho do boi”, em referência à passagem da ninfa Io, transformada em vaca por Zeus, que cruzou o local em sua fuga.
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