No mês passado mais um atleta brasileiro concluiu uma das maiores provas de natação em águas abertas do mundo. Natural de Votorantim, no interior de São Paulo, o nadador Marcos Salvador de Oliveira de 39 anos atravessou no dia 8 de outubro o Estreito de Gibraltar, uma faixa de água de aproximadamente 16 km que separa a Europa da região norte do continente africano. Em 3h43min ele concluiu o percurso e estabeleceu o novo recorde brasileiro na travessia. Outro dado curioso é que ele completou a prova exatos 50 anos depois de Abilio Couto, o primeiro brasileiro a atravessar o Estreito de Gibraltar a nado.
Marcos tem muita experiência em provas de águas abertas, afinal, são 16 anos nadando grandes distâncias e vinha há muito tempo treinando para encarar este desafio. “A preparação foi intensa, foram várias provas de longas distâncias, algumas de 10 km. Realizei uma travessia em mar aberto de 25 km em 7h03min em março, saindo de São Vicente até a Praia da Enseada no Guarujá. Treino seis dias por semana e a cada 15 dias nado em uma represa”, conta o atleta que se tornou o sétimo brasileiro a concluir esta que é uma das travessias mais antigas de todos os tempos.
Sobre atravessar os 16 km do Estreito, Marcos afirmou que a sensação é emocionante, única. “Pode aparecer exagero, mas concluir o Estreito de Gibraltar foi como ganhar uma medalha de ouro numa Olimpíada. É a realização de um sonho, já que tinha a ideia de fazer a travessia desde 2011 e este é um grande projeto que deu muito certo”, conta o nadador que realizou pizzadas, almoços, rifas e eventos para angariar fundos para sua travessia.
Com essa missão cumprida, Marcos já começa a traçar novos planos para sua carreira. “Ainda quero fazer mais algumas travessias longas aqui no Brasil. Vou participar dia 12 da Travessia 14 bis (prova de 24 km) e em dezembro nado na Represa de Itupararanga (26 km). Para o ano que vem pretendo fazer a Travessia do Leme ao Pontal (35 km) e a do Arvoredo (25 km) e quem sabe no futuro atravessar o Canal da Mancha”, planeja o mais novo brasileiro a cruzar o estreito de Gibraltar.
Por Guilherme Freitas