Um, dois, três. No segundo dia do Mundial de Natação em Kazan, na Rússia, foi uma trinca de nadadoras a chegar à frente da linha do recorde mundial. Cada qual com seu estilo e sua graça e, especialmente, com sua história. Em lágrimas, derreteu-se a Dama de Ferro. Katinka Hosszu já era campeã mundial dos 200m medley. Vencer novamente era um protocolo – que ela adora cumprir, evidentemente. Mas, além da medalha olímpica, faltava algo para a húngara incansável: a melhor marca do planeta na piscina longa. Diante da longa boa fase que vem vivendo, demorou para acontecer, e veio em uma prova com um dos tempos mais desafiadores da era dos trajes tecnológicos.
Com 2m06s12, apenas três centésimos mais rápida, Hosszu tirou o nome de Ariana Kukors da lista da prova, em um registro que vinha desde o Mundial de Roma-2009. E não resistiu: caiu no choro, assim como seu técnico e marido, Shane Tsup, na arquibancada. Comparando as parciais, Katinka só foi mais lenta no final de prova: 30s48, contra 29s84 de Kukors, mas conseguiu ser mais rápida em todos os outros estilos. O desejo de bater o recorde era tão grande que a húngara fugiu do seu padrão de nadar todas as provas possíveis e abandonou a semifinal dos 100m costas. A marca era mais importante que a chance de brigar por outro pódio.
A rainha dos 100m borboleta na atualidade também quis aceitar o desafio: re-bater por assim dizer, o recorde mundial que já havia estabelecido nas semifinais. Com dez centésimos a menos no tempo final, a sueca Sara Sjoestroem estabeleceu um novo desafio: 55s64. Sem adversárias. A primeira marca a cair do dia veio com a solitária Katie Ledecky, que deixou as rivais 19 segundos atrás nos 1500m livre, e quebrou na eliminatória o “maior recorde” de sua carreira, nas suas próprias palavras.
Nicholas Santos ‘salva’ o dia brasileiro
Foram sete brasileiros a cair na piscina nesta segunda-feira, na Arena Kazan. Um a um, em diferentes fases, os atletas foram ficando pelo caminho. O dia foi de apenas um deles: Nicholas Santos, em sua primeira medalha em um Mundial de piscina longa. Depois de bater na trave com 5ª e 4ª posição nos 50m borboleta, ele acabou perdendo apenas para o mais rápido nadador da atualidade, Florent Manaudou. O tempo não foi tão bom: 23s09. Mas a conquista pessoal, aos 35 anos, sem dúvida ficará marcada para o campeão mundial de piscina curta do percurso.
Cesar Cielo, outra vez admitindo estar mal na temporada, ficou na 6ª posição (23s21). Etiene Medeiros repetiu os 59s nos 100m costas, mas não suficiente para chegar à final, e acabou na nona colocação. Guilherme Guido aumentou seu tempo e também não ficou entre os oito primeiros, assim como João de Lucca nos 200m livre. Nas eliminatórias, ficaram Jennifer Conceição e Nicolas Oliveira.
Em oito medalhas disputadas até aqui no Mundial, sete países levaram ouro. A França, isolada, é dona de dois deles.
Por Mayra Siqueira
A equipe Swim Channel no Mundial de Kazan é patrocinada pela Finis, a melhor tecnologia para natação.