Despedida em grande para Portugal, com a estafeta masculina a alcançar o esperado recorde nacional de seleções e a ser 16ª melhor deste Mundial com 3:35.63 (ver minha previsão em Portugal pode chegar a uma final e sete meias-finais no Mundial de Fukuoka – Swimchannel).
João Costa, Gabriel Lopes, Diogo Ribeiro e Miguel Nascimento cumpriram praticamente à risca o previsto e muito próximo dos recordes pessoais nas provas individuais. Gabriel excedeu-se, e realizou o percurso de bruços mais rápido de sempre de um português, retirando quase um segundo à anterior melhor marca, que já era sua (ver comparativo em baixo) desde os Jogos do Mediterrâneo em Oran (Argélia) 2022.
Realiza também o 19º melhor parcial da Europa este ano, numa afirmação clara de que até está bem (em termos de forma), e a sua meia-final de 200m estilos foi um uma daquelas aprendizagens da vida, que por vezes dispensaríamos.
Dos restantes três: João realiza a sua sexta marca de sempre (fez recorde nacional no Japão com 53.71), Diogo faz o seu melhor parcial da carreira, e Miguel fecha com o seu terceiro melhor parcial.
Em baixo comparativo dos três últimos recordes nacionais de seleções:
Fukuoka ’23 Oran ’22 Debrecen ‘12
C – J. Costa: 54.13 JC: 54.45 Pedro D. Oliveira: 56.21
B – G. Lopes: 1:00.57 GL: 1:01.45 Carlos Almeida: 1:01.68
M – D. Ribeiro: 51.76 DR: 52.80 Simão Morgado: 52.28
L – M. Nascimento: 49.17 MN: 48.80 Tiago Venâncio: 50.02
Tot: 3:35.63 3:37.50 3:40.19
É de toda a justiça realçar as prestações da equipa do Europeu de Debrecen (Hungria), que com dez anos de diferença para o recorde de 2022 realizou uma grande marca, apenas a quatro décimos da final; aliás as marcas de Almeida, Morgado (neste Europeu já tinha 33 anos…) e Venâncio são ainda de grande valor nos nossos dias; e Almeida é ainda o recordista nacional de 50m e 100m bruços, e Oliveira o melhor nos 200m mariposa.
Paris ’24 tem de ser objetivo
Agora, atenção Portugal aos critérios de apuramento olímpico, que já expliquei em artigos anteriores, e que são um dos desafios lançados pelo ‘head coach’ Alberto Silva no seu projeto no nosso país.
Neste Mundial ficaram automaticamente apurados para Paris 2024 os três países medalhados (EUA, China e Austrália), faltando agora apurar as restantes 13 seleções (para completar as 16 – duas séries – que competirão nos JO), o que sucederá já em fevereiro no 21º Mundial em Doha (Catar).
Aí Portugal tem mesmo de ficar entre as 13 primeiras seleções (não serão contabilizados os três países atrás referidos e já apurados), para poder ocupar uma das 13 vagas ainda disponíveis.
É que, alerto, hoje fomos terceiros na nossa série, mas a Nova Zelândia tinha chegado em segundo lugar, sendo depois desqualificada; e o Brasil também foi desqualificado na sua série e seria o 11º melhor da eliminatória, tendo por tradição ‘revezamentos’ muito fortes.
Fica por confirmar se Rússia e Bielorússia serão autorizadas a competir em Doha 2024 (se não forem como será o seu apuramento para Paris ’24, caso o COI lhes permita participar nos JO?), pois ambos têm melhor tempo que Portugal este ano: a Rússia com 3:30.10, mas a Bielorússia 3:35.58, apenas menos 5 centésimos que o nosso quarteto, que é o 12º melhor no ‘ranking’ europeu, já consideradas as marcas de Fukuoka.
Por isso, os ‘fabulous four’ lusos devem encarar esse como um forte objetivo para daqui a menos de sete meses, pois a presença em Jogos Olímpicos é, de facto, muito restrita e exigente.
(em futuros artigos farei a avaliação da participação de Portugal no Mundial de Fukuoka)