Portugal estará representado por 16 atletas no próximo Campeonato do Mundo FINA (18 de junho a três de julho), sendo a natação de piscina a menos representada entre as três disciplinas aquáticas, com destaque para a natação artística, com 10 atletas.
Dos cinco atletas que obtiveram tempos mínimos nesta época para o 19º Mundial nenhum optou por estar na competição na capital húngara, Budapeste: Tamila Holub (SC Braga), Diogo Ribeiro e Miguel Nascimento (SL Benfica/CAR), João Costa (V. Guimarães), e Gabriel Lopes (Louzan) preferiram concentrar forças no Europeu de Roma (11 a 17 de agosto) que, na minha opinião, será dos mais fortes para a natação portuguesa nos últimos anos.
Confirmam-se, assim, as ausências da dupla do Centro de Alto Rendimento e do Benfica, Diogo Ribeiro e Miguel Nascimento (tal como havíamos informado dia 8 de abril na SWIM CHANNEL), mantendo Alberto Silva a sua posição de considerar não ser aconselhável ao fantástico júnior de Coimbra a presença em tantas competições (ver “Diogo Ribeiro não irá ao Europeu Júnior e ao Mundial”).
Assim, só os olímpicos Diana Durães (SL Benfica) e José Paulo Lopes (SC Braga) – com mínimos da época anterior, obtidos nos Jogos Olímpicos de Tóquio – nadarão na famosa Duna Arena entre 18 e 25 de junho, local que já recebeu o Mundial de 2017; a atleta de Ricardo Santos nadará os 1500m livres, e o pupilo de Luís Cameira os 400m e 800m livres.
Para este técnico duas vezes olímpico, a opção foi simples: “optámos por participar com o Zé no Mundial em primeiro lugar porque tem mínimos; depois porque ele supera-se sempre em grandes competições, e achamos que esta seria a ideal para ele voltar a superar-se, pelo elevadíssimo nível que terá em Budapeste”, disse-me.
Diana Durães segue da segunda etapa do circuito Mare Nostrum em Barcelona (Espanha) para um estágio de altitude na Serra Nevada (sul de Espanha), onde estará com o seu treinador Ricardo Santos de 27 de maio a 16 de junho.
Artística faz história
Mas a ‘estrela’ da seleção de Portugal será a equipa de natação artística, que competirá pela primeira vez num Mundial com uma equipa técnica, composta por dez atletas, cinco das quais da GES Loures.
São elas:
Maria Beatriz Gonçalves, Cheila Morais Vieira, Ana Bárbara Costa, Carlota Sena Fonseca, e Marta Amaral Moreira (GES Loures), Beatriz Cruz Gama e Filipa Abreu Faria (Ovar Sincro), Francisca Rosa Damman (Portinado – Portimão), Inês Maria Dubini (C. Fluvial Portuense), e Mariana Nogueira Ganhão (AMINATA – Évora).
Além da equipa, também o – cada vez mais experiente – dueto luso marca presença. Para Beatriz Gonçalves e Cheila Vieira o Mundial não é novidade, depois de marcarem presença na Coreia em 2019.
À SWIM CHANNEL a selecionadora nacional Sylvia Hernandez declarou que “o objetivo no Mundial para a equipa é atingir os 75.000 pontos, e fazer bem [a sua atuação]”, sabendo-se que este é um marco histórico para a modalidade, que tem crescido bastante nos últimos anos.
Em dueto (onde Portugal esteve presente pela primeira vez em 2015) os objetivos da dupla Beatriz/Cheila são “ficar na primeira metade da tabela”, diz-me a treinadora espanhola, o que pode não parecer mas é ambicioso, dada a enorme qualidade das equipas adversárias.
A artística atuará no Complexo Aquático Alfred Hajos, entre 18 e 25 de junho.
Quarteto de nível em águas abertas
Em águas abertas Portugal apresentará o seu mais forte quarteto, com os olímpicos Angélica André (FC Porto) e Tiago Campos (CN Rio Maior), a campeã europeia júnior Mafalda Rosa (também de Rio Maior), e o jovem em ascensão Diogo Cardoso (Sporting CP). Os dois primeiros sagraram-se este sábado campeões nacionais de águas abertas aos 7,5 km em Avis, com os vice-campeões a serem exatamente Mafalda e Diogo.
As águas abertas decorrem, como habitual, no Lago Lupa em Budapeste, e as provas disputam-se nos dias 26, 27, 29 e 30 de junho.