Dezanove de junho de 2022: o dia em que a natação artística portuguesa faz a sua estreia na prova de equipas num Campeonato do Mundo, pelas remadas e sorrisos de Carlota Fonseca (17 anos), Francisca Rosa (17), Bárbara Costa (18), Marta Moreira (18), Beatriz Gama (22), Beatriz Gonçalves (22), Cheila Vieira (23), Filipa Faria (24).
A média de idades de 20,1 anos diz bem da juventude desta equipa, e onde as ‘veteranas’ são Beatriz Gonçalves e Cheila Vieira, do dueto luso.
Por isso, a selecionadora nacional da FPN desde 2016, a espanhola Sylvia Hernandez, recorda que “esta é a nossa primeira vez num Mundial [em equipas], por isso não podemos ser muito exigentes, até porque temos muitas meninas juniores, com pouca experiência competitiva”.
Em declarações a Swim Channel a técnica, natural de Madrid, e que já trabalhou com as seleções da Suíça e Espanha antes de vir para Portugal, diz-me que “queremos fazer uma apresentação bonita, e ficar contentes com o nível técnico; e queremos mostrar a subida do nível técnico do país”, pois sublinha que “na seleção achamos que temos meninas com muita qualidade técnica”.
A partir das oito horas da manhã de Lisboa (menos uma que em Budapeste), na piscina descoberta de Széchy (na Ilha Margarida) as atletas treinadas pela dupla Sylvia e Chilua Pegado tentarão ultrapassar os 70.000 pontos, o que “seria bom”, segundo a selecionadora, mas para quem “chegar aos 75.000 seria muito bom!”
“Se estão nervosas? Pois, vai depender muito disso mesmo, de como reagem, como atuam no momento final, no momento mais importante; mas têm líderes com muita experiência, que são as do dueto [Cheila e Beatriz]”. Por isso não nega que “há alguma ansiedade, mas para já está controlada, e os treinos correram muito bem”, assegura Sylvia.
Sem a super-potência da artística que é a Rússia, e sem a Bielorússia também (ambos os países estão impedidos de competir internacionalmente, na sequência da invasão da Ucrânia), esta será uma competição um pouco diferente. Ainda assim, participam 19 seleções em equipas.
“Entre as 20 melhores seria bom”
Já o dueto livre terá nada menos que 35 países a participar, estando Portugal representado pela dupla já referida, Beatriz Gonçalves e Cheila Vieira, que já esteve no último Mundial, na Coreia do Sul em 2019, em diversos Europeus e nas ‘World Series’ da FINA.
A sua prova decorre na próxima terça-feira, e a selecionadora de Portugal muda um pouco a exigência: “aí sim, temos de lutar pelos 80.000 pontos, para obviamente ficar o mais perto possível do meio da tabela, ou para cima, o que seria muito bom”.
Quanto à classificação: ”sem a Rússia e a Bielorússia…à volta das 20 melhores seria bom”, diz-me cautelosa, mas com confiança.