É o preço de ter apenas 17 anos de idade, ainda estar na escola e ser tão boa nadadora. O principal nome da atualidade na natação feminina do Brasil, Stephanie Balduccini, não vai participar do giro pela Europa, na disputa do Circuito Mare Nostrum com o restante da Seleção Brasileira.
Stephanie não será a única ausente, afinal Guilherme Costa vai para um treinamento de altitude, Viviane Jungblut fica treinando com o grupo de fundo no Grêmio Náutico União em Porto Alegre e Murilo Sartori optou por treinar nos Estados Unidos indo inclusive competir em Indianápolis. O motivo de Stephanie, entretanto, é outro, a escola!
Nadador de alto rendimento tem de conciliar a demanda dos treinamentos, competições e viagens com a carga horária e responsabilidades da escola. Stephanie é excelente aluna, mas só este ano já teve duas viagens internacionais e algumas competições que lhe custaram algumas faltas na escola.

Ela abriu o ano fazendo um treinamento de altitude em Flagstaff, nos Estados Unidos. O programa foi em preparação para o Troféu Brasil onde foi a nadadora mais eficiente da competição e garantiu vaga para seu primeiro Campeonato Mundial.
Na semana passada, mais faltas escolares, Stephanie estava em Rosário, na Argentina, onde foi a maior medalhista de toda competição nos Jogos Sul-Americanos da Juventude. Encarando um desafio de nadar 13 provas em quatro dias, Stephanie ganhou 11 medalhas, oito ouros, uma prata e dois bronzes. Tudo isso em um torneio sem piscina de soltura e ainda com rigoroso tempo de descanso, praticamente sem intervalo entre eliminatórias e finais.

Stephanie está em seu último ano escolar. Na próxima temporada vem novo desafio pela frente. Ela vai para os Estados Unidos, será aluna e atleta da Universidade de Michigan. Antes disso, encara seu primeiro Mundial e um objetivo alto de chegar as finais dos 100m e 200m livre.
O Brasil não tem uma mulher finalista em provas olímpicas no Mundial de Longa desde 2009 e jamais teve uma nadadora nas finais destas duas provas.