O britânico Lewis Pugh de 50 anos é conhecido por ter sido o primeiro a nadar pelos sete mares do mundo e o primeiro a enfrentar as águas geladas do Polo Norte. O nadador, natural de Plymouth, Inglaterra vive na África do Sul e nada por causas sustentáveis, sempre chamando a atenção para ambientes vulneráveis.
Pugh é conhecido também por realizar o primeiro nado no Polo Norte em 2007, para chamar atenção do derretimento do gelo marinho do Ártico. Em 2010, ele nadou em um lago glacial no Monte Everest buscando chamar a atenção para o derretimento das geleiras no Himalaia e o impacto que a água possui na região.
Uma das provas que Pugh é mais lembrado é a do lago glacial Pumori, localizado do Monte Everest, realizada no dia 23 de maio de 2010. Aos 40 anos, ele nadou 1 km no lago que fica a 5000m de altitude e tem águas gélidas com cerca de 2 ° C de temperatura. A prova durou 22 minutos e 51 segundos e foi a primeira de longa distância realizada no Everest.
“Foi uma das provas mais difíceis que já fiz. Quando nadei na Antártida e através do Polo Norte, nadei com velocidade e agressão, mas no Monte Everest você não pode usar as mesmas táticas. Você precisa nadar muito devagar e deliberadamente. Senti que estava me afogando e estava ofegando por ar e se eu tivesse nadado mais rápido teria afundado”, comentou.
Pugh nadou pelos sete mares do mundo em 2014: no Mar Mediterrâneo, Mar Adriático, Mar Egeu, Mar Negro, Mar Vermelho, Mar Arábico e Mar do Norte. Além dessas aventuras ele já nadou nas águas mais geladas do mundo, entre elas na Antártica com temperatura da água em cerca de 1ºC e no Mar De Bellingshausen onde a temperatura da água chegou a 0ºC.
“Minha decisão de me tornar um defensor do oceano não aconteceu de uma só vez. Tudo começou com as histórias de exploração que eu amava quando criança e nos vôos de imaginação desencadeados pelos mapas do mundo que meu pai passeava pela nossa casa”, comentou o nadador que aos 17 anos fez sua primeira prova em águas abertas na Ilha Robben, na África do Sul.
Sua mais recente expedição foi em 2018, quando nadou o Canal da Mancha para pedir que 30% dos oceanos do mundo fossem protegidos até 2030. “Faço isso porque acredito em proteger nosso planeta frágil, em paz e em justiça. Faço isso porque está certo e porque nossas almas precisam da natureza. E faço isso tanto pela natureza quanto por nós”, completou.
Em 2010, ele foi nomeado Jovem Líder Global pelo Fórum Econômico Mundial e em 2013 as Nações Unidas o nomearam como o primeiro Patrono dos Oceanos da ONU. Ainda em 2013, Pugh foi introduzido no Hall da Fama da Maratona Internacional de Natação. Hoje ele é advogado e leciona Direito Internacional na Universidade da Cidade do Cabo.