Nascido em Salvador, Edvaldo Valério começou a nadar aos três anos de idade. O garoto pobre e da periferia da capital baiana teve que superar as adversidades financeiras da família e pensou em desistir da carreira. Porém, sob o comando do técnico Sergio Silva os resultados vieram e aos poucos foi ganhando destaque e projeção nacional até chegar a seleção brasileira.
A estreia do Bala, seu apelido, na seleção brasileira principal aconteceu no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de Perth, na Austrália, em 1998. Na ocasião integrou a equipe brasileira do revezamento 4x100m livre e começava ali a se tornar um dos principais velocistas do país.
Na ocasião o time formado por Gustavo Borges, Fernando Scherer e Andre Cordeiro, além de Edvaldo, terminou em sexto lugar. No ano seguinte Edvaldo foi reserva do revezamento campeão e acabou não nadando nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg-1999. Naquela época os reservas não recebiam medalhas e só nadavam em último caso.
Em 2000 Edvaldo alcançaria a glória máxima ao conquistar a medalha de bronze olímpica em Sydney com o mesmo 4x100m livre, agora com Carlos Jayme no lugar de Andre Cordeiro. Na épica final Edvaldo fechou o revezamento caindo na piscina com o Brasil em quinto lugar e fazendo um espetacular parcial colocando o time na terceira colocação atrás apenas de Austrália e Estados Unidos.
Outro feito simbólico de Edvaldo foi ter se tornado o primeiro nadador negro do Brasil a subir a um pódio olímpico. Naqueles Jogos ele ainda nadou o revezamento 4x200m livre e os 50m livre, mas não chegou as finais. No ano seguinte disputou seu segundo e o último Mundial em Fukuoka, parando na semifinal dos 100m livre em 15º lugar.
Ainda nadaria mais alguns anos, mas longe de repetir o desempenho de seu auge entre 1998 e 2000. Aposentado das piscinas, Edvaldo se manteve próximo da natação tendo criando uma metodologia e um centro aquático que leva seu nome além de lançar sua biografia intitulada “Braçada da Esperança”.

































