Saiu o primeiro recorde mundial em prova individual na natação olímpica de Tóquio. Até a etapa de hoje, eram apenas as provas de revezamento 4x100m livre feminino com a Austrália e o 4x200m livre feminino com a China com novas marcas mundiais.
Tatjana Schoenmaker da África do Sul já ameaçava o recorde mundial desde as eliminatórias quando ficou a cinco centésimos da marca de Rikke Miller Pedersen de 2min19s11 de 2013. Schoenmaker já era vice-campeã mundial da prova em Gwangju, e aparecia como uma das favoritas para o título em Tóquio.
Na semifinal, voltou a nadar forte, fez 2min19s33, terceiro melhor tempo da história. A marca, finalmente, veio na final, e nadando abaixo dos 2min19s alcançando 2min18s95.
Natural de Johannesburgo, onde nasceu em 1997, Schoenmaker deu uma alegria enorme a natação feminina da África do Sul. Desde 1996, nos Jogos de Atlanta, as mulheres sul-africanas não ganhavam um ouro na natação olímpica. E foi nos 100m e 200m peito com Penny Heyns. Na época, Heyns venceu os 100m peito com 1min07s73 e os 200m peito foi recorde olímpico com 2min25s41.
25 anos de depois, Schoenmaker foi prata nos 100m peito (1min05s22), um dia depois de ter batido o recorde africano e olímpico marcando 1min04s82 nas semifinais. O resultado foi a certeza de que ela estaria pronta para a sua prova principal, os 200m peito.
Nadando na raia 4, Schoenmaker não se intimidou com a abertura mais forte da americana Lilly King, e já a partir da virada dos 100 metros, tomou a frente para vencer com 2min18s95, novo recorde mundial.
Se analisarmos o ciclo olímpico 2016-2020, ninguém melhorou tanto nesta prova no alto rendimento como Schoenmaker. Em 2016, a melhor marca dela era 2min26s50, são quase oito segundos de baixada de tempo.
Veja a sequência de melhora desde então:
2016 – 2min26s50, no South Africa Grand Prix
2017 – 2min24s61, na Universiades Taipei
2018 – 2min22s02, no Commonwealth Games
2019 – 2min21s79, no Mundial Gwangju
2021 – 2min20s17, na Seletiva Sul-Africana
Nesta Olimpíada em Tóquio:
Eliminatórias 2min19s16 recorde africano e olímpico
Semifinal 2min19s33
Final 2min18s95 recorde africano, olímpico e mundial
Tatjana Schoenmaker faz parte do Tuks Swim Club, um dos principais da natação sul-africana. Ela, e sua compatriota Kaylane Corbett treinam com o mesmo técnico, Rocco Meiring, um grande especialista no nado peito do país. Foi com ele que Terence Parkin, um nadador surdo, conseguiu ganhar a medalha de prata dos 200m peito nos Jogos de Sydney em 2000. Também foi com Meiring que aconteceu o desenvolvimento de formação do maior nadador de peito do país, Cameron van der Burgh.
A nível de conquistas Schoenmaker está no cenário internacional desde 2017:
2017 – Universíades de Taipei, prata nos 200m peito
2018 – Commonwealth Games em Glasgow, campeã dos 100m e 200m peito
2019 – Universíades em Napoles, campeã dos 100m e 200m peito
Mundial de Gwangju, vice campeã mundial dos 200m peito
2021 – Jogos Olímpicos de Tóquio, campeã dos 200m peito, vice campeã dos 100m peito