O Brasil subiu mais seis vezes ao pódio do Mundial de natação paralímpica em Singapura nesta quarta-feira, 24, com duas medalhas de ouro, três de prata e uma de bronze. O dia que marca a metade da competição, que acontece de 21 a 27 de setembro, registrou o segundo título do mineiro Gabriel Araújo com quase nove segundos de vantagem em relação ao segundo colocado e um recorde mundial da equipe mista de revezamento 4x100m livre 49 pontos (para atletas com deficiência visual).
Ao final do quarto dia de evento, o Brasil aparece na quarta colocação do quadro de medalhas, com 25 conquistas (oito ouros, 11 pratas e seis bronzes). A liderança é da China, com 15 ouros, 4 pratas e quatro bronzes. A seguir, estão Itália (10 ouros, 11 pratas e nove bronzes) e Grã-Bretanha (10 ouros, sete pratas e 10 bronzes).
O mineiro Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, garantiu seu segundo ouro no Mundial de Natação Paralímpica em Singapura ao vencer os 200m livre para a classe S2 (comprometimento físico-motor) com a marca de 3min58s45. Ele chegou à frente de Vladimir Danilenko, dos Atletas Paralímpicos Neutros, que ficou com a prata (4min07s30). O bronze foi para o chileno Alberto Abarza Diaz (4min16s61). Na mesma prova, o paranaense Bruno Becker ficou na quarta colocação e tempo de 4min27s49.
Apesar da distância aberta até a chegada, durante os primeiros 100 metros da prova, Gabrielzinho e Vladimir travaram uma disputa acirrada, com o mineiro nadando peito e o adversário costas, com apenas 19 centésimos de diferença. Após metade da prova, porém, Gabrielzinho mudou para o nado costas e passou a alargar sua vantagem. Na virada dos 150 metros, Gabrielzinho voltou ao nado peito até encerrar a disputa.
“Foi uma prova diferente de todas que eu já nadei até hoje. Mostra o que é um trabalho bem feito, um planejamento bem feito, uma boa rotina de treinos. Esse ano, tive muitos problemas de treino, questão de técnica, de encaixar o nado. Foi chegando a época do Mundial, foi encaixando, ficando perfeito. Durante o período de treino, meu treinador [Fábio Antunes] falou para mim que estava ruim, que eu precisava resolver. Eu confio em mim, nele, e ele confiou muito em mim também. Tive que virar de costas. Não foi como o planejado, mas para ganhar, para nadar rápido, eu sei o que tenho que fazer. Conheço os atalhos, o caminho. Foi o que eu fiz. O tempo veio e foi sensacional. Estou muito feliz”, disse Gabrielzinho, que já havia conquistado os 100m costas S2 na terça-feira, 23.
Com o resultado, Gabrielzinho garantiu sua oitava medalha de ouro em Mundiais e manteve sua invencibilidade nas três principais provas de seu programa (50m costas, 100m costas e 200m livre) em três edições de Mundial disputadas por ele (Ilha da Madeira 2022, Manchester 2023 e Singapura 2025).
A prova dos 50m costas S2 em Singapura acontecerá na sexta-feira, 26, em final direta.
Recorde Mundial
O segundo ouro brasileiro do dia, no revezamento 4x100m medley 49 pontos (para atletas com deficiência visual), veio com um recorde Mundial e levantou a torcida em Singapura.
A equipe contou com a pernambucana Carol Santiago, a paraense Lucilene Sousa, o fluminense Thomaz Matera e o paulista Guilherme Batista. Juntos, eles concluíram a disputa em 4min23s48. O recorde anterior era da Ucrânia, 4min25s78 registrados no Mundial de Manchester, em 2023.
A segunda colocação ficou com a Espanha (4min25s33) e a terceira com o Japão (4min37s90).
Mais brasileiros
Ainda nas finais desta quarta-feira, os paulistas Samuel Oliveira e Tiago Oliveira competiram nos 200m medley SM5, obtendo a quinta e a sexta colocação, respectivamente, com 3min00s32 e 3min10s19. O ouro ficou com o chinês Jincheng Guo (2min49s24), seguido pelo espanhol Antoni Ponce Bertran (2min50s88) e pelo Atleta Paralímpico Neutro Dmitrii Cherniaev (2min58s58).
“Esta é uma prova que eu estou treinando, então tem coisas a melhorar. Foi um tempo bom. Senti muita dor, muita pressão. É o desgaste da competição toda. A sensação foi boa de ter nadado, melhorei meu tempo em relação às classificatórias. A gente vem treinando para conseguir o pódio, mas tem atletas muito bons, muito bons mesmo. É uma prova que tenho o que melhorar, porque tenho chance de ainda subir ao pódio”, afirmou Samuka.
Já na disputa feminina dos 200m medley SM5, a paulista Alessandra Oliveira ficou na quarta colocação com 3min46s74. A disputa foi vencida pela chinesa Shenggao He (3min19s66), seguida pelas italianas Monica Boggioni (3min35s99) e Giulia Ghiretti (3min45s33).
O paulista José Ronaldo completou os 200m livre S1 (comprometimento físico-motor) em 6min30s60, na quarta colocação. O ouro ficou com o ucraniano Anton Kol, com 5min15s69, seguido pelo israelense Iyad Shalabi (5min26s65) e pelo italiano Francesco Bettella (5min34s51).
A também paulista Maiara Barreto encerrou os 50m costas S3 (comprometimento físico-motor) na sexta colocação, com 1min04s03. A prova foi vencida pela britânica Ellie Challis, com 53s92, seguida pela norte-americana Leanne Smith (55s36) e pela espanhola Marta Fernandez Infante (56s65).
Brasil em Singapura
A delegação do Brasil que disputa o Mundial de Singapura, que vai de 21 a 27 de setembro, conta com 29 nadadores, 16 homens e 13 mulheres, oriundos de sete estados (MG, PA, PE, PR, RJ, SC e SP). São Paulo, com dez convocados, é o estado com o maior número de nadadores.
O grupo é formado pelos 24 nadadores que atingiram índices estipulados pelo CPB em três oportunidades: o Circuito Paralímpico – Fase Seletiva e a Primeira Etapa Nacional do Circuito Paralímpico Loterias Caixa, em São Paulo, no Centro de Treinamento Paralímpico; e o World Series de Guadalajara, no México.
Outros cinco nadadores foram convocados por terem o Índice Mínimo de Qualificação (MQS, na sigla em inglês) do Mundial e também apresentarem as melhores marcas para formar equipes de revezamentos. No último Mundial da modalidade, Manchester 2023, o país subiu 46 vezes ao pódio, conquistando 16 medalhas de ouro, 11 de prata e 19 de bronze. Os pódios deixaram o Brasil na quarta colocação no quadro de medalhas, atrás de Itália, Ucrânia e China, superando a anfitriã Grã-Bretanha em uma disputa acirrada até a última prova da competição.
A melhor campanha do Brasil na história dos Mundiais de natação paralímpica foi registrada na Ilha da Madeira, em Portugal, em 2022. O país encerrou a disputa com 53 medalhas, 19 de ouro, 10 de prata e 24 de bronze. Com isso, ficou na terceira colocação do quadro de medalhas do evento, somente atrás de Estados Unidos e Itália.
Confira os resultados do Brasil nas finais:
Alessandra Oliveira
200m medley SM5 – Quarto lugar – 3min46s74
Ana Karolina Soares
Revezamento 4x100m livre S14 – Prata – 3min45s36
Arthur Xavier
Revezamento 4x100m livre S14 – Prata – 3min45s36
Bruno Becker
200m livre SM2 – Quarto lugar – 4min27s49
Beatriz Carneiro
Revezamento 4x100m livre S14 – Prata – 3min45s36
Carol Santiago
Revezamento 4×100 medley 49 pontos – Ouro – 4min23s48
Gabriel Bandeira
Revezamento 4x100m livre S14 – Prata – 3min45s36
Guilherme Batista
Revezamento 4×100 medley 49 pontos – Ouro – 4min23s48
José Ronaldo
200m livre S1 – 4º lugar – 6min30s60
Lídia Cruz
50m costas s4 – Bronze – 50s61
Lucilene Sousa
Revezamento 4×100 medley 49 pontos – Ouro – 4min23s48
Maiara Barreto
50m costas S3 – sexto lugar – 1min04s03
Mariana Gesteira
100m costas S9 – Prata – 1min01s64
Samuel Oliveira
200m medley SM5 – Quinto lugar – 3min00s32
Talisson Glock
400m livre S6 – Prata – 5min00s99
Tiago Oliveira
200m medley SM5 – Sexto lugar – 3min10s19
Thomaz Matera
Revezamento 4×100 medley 49 pontos – Ouro – 4min23s48
Patrocínios
As Loterias Caixa e a Caixa são as patrocinadoras oficiais da natação.
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Ana Karolina Soares, Arthur Xavier, Beatriz Carneiro, Bruno Becker, Gabriel Araújo, Gabriel Bandeira, Lídia Cruz, Lucilene Sousa, Mariana Gesteira, Samuel Oliveira e Talisson Glock são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa e da Caixa que beneficia 148 atletas.
Time São Paulo
Os atletas Ana Karolina Soares, Alessandra Oliveira, José Ronaldo, Lídia Cruz, Lucilene Sousa, Maiara Barreto e Talisson Glock integram o Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 15
4 atletas.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)
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