Mundial master será em agosto – Foto: Daniel Quek
Em julho os olhos da comunidade aquática se voltarão para Budapeste, capital da Hungria, que será palco da 17ª edição do Campeonato Mundial de Desportos Aquáticos da Fina. Assim que Katie Ledecky, Katinka Hosszu e companhia deixarem a piscina entrarão em ação milhares de nadadores master com diferentes trajetórias nas piscinas. Existem ex-atletas olímpicos, nadadores de ponta que jamais chegaram a nadar um Mundial pela sua seleção e aqueles que descobriram o prazer da natação já em uma idade mais avançada. Mas como começou tudo isso?
Em 1978 aconteceu em Toronto, no Canadá, uma competição chamada Age Group Competition que reuniu nadadores masters de vários países. A princípio era apenas uma competição amistosa e sem intenção de tornar-se um grande evento mundial. Porém, cinco depois foi criada a Federação Internacional Master de Natação que estipulou regras e decidiu alavancar a modalidade master. Em 1984 o então presidente da Fina Robert Helmick, propôs ao Bureau da entidade que a natação master (e posteriormente as demais modalidades) fosse oficializada pela Federação Internacional. Dois anos depois acontecia em Tóquio o primeiro mundial da categoria.
A nova competição da Fina ocorreu durante os dias 12 e 16 de julho em 1986. Entre centenas de nadadores haviam nomes consagrados e que continuavam levando a natação como estilo de vida. Entre eles James Montgomery, campeão olímpico dos 100m livre em Montreal-1976 que faturou cinco medalhas de ouro nas provas de nado livre. Quem também pendurou cinco medalhas de ouro no pescoço foi Maria Lenk, que conquistou duas medalhas no estilo que ajudou a criar: o nado borboleta.
Além dela o Brasil esteve representado com dezenas de nadadores, entre eles Romulo Arantes que ainda era jovem, tinha 29 anos na época, e venceu com sobras as provas de 50m, 100m e 200m costas e o atual candidato a presidência da CBDA, Miguel Carlos Cagnoni que teve como melhor resultado o sétimo lugar nos 800m livre na categoria 40-44 anos. Ao todo a delegação brasileira subiu 53 vezes ao pódio, sendo 20 medalhas de ouro, 18 de prata e 15 de bronze.
Desde então o Campeonato Mundial Master passou a ser realizado sempre de dois em dois anos, inclusive sendo disputado em 1990 no Rio de Janeiro. Em 2015 ele foi integrado a programação do Mundial de Esportes Aquáticos e é disputado após o término das provas de natação da categoria absoluta, uma forma de integrar os atletas masters ao ambiente de um grande evento internacional e motivar também os nadadores de hoje que no futuro serão masters.
Por Guilherme Freitas