Mesmo terminando em terceiro lugar na Seletiva Australiana, Cody Simpson está classificado para o Mundial de Budapeste. Ao marcar 51s96 nos 100m borboleta, exatamente o índice exigido pela FINA, Simpson ganha a vaga pelo fato de Kyle Chalmers já ter anunciado que não irá ao Mundial. Além disso, Simpson também está classificado para o Commonwealth Games pois são três atletas por prova para a competição. É sua primeira seleção australiana de carreira.
E numa história incrível que merece ser contada…
Cody Simpson foi sucesso na natação de base da Austrália. Seus tempos de 10, 11 e 12 anos de idade eram melhores do que Ian Thorpe. Ao mesmo tempo que ele brilhava na piscina, em casa ele fazia sucesso com seus vídeos cantando no YouTube. O excelente nadador ganhava centenas, milhares de seguidores diariamente nas redes sociais e os pais decidiram investir na carreira do filho.
O adolescente colocou a natação de lado, se mudou para a Califórnia, e nos Estados Unidos iniciou uma carreira vitoriosa no mundo da arte. Gravou discos, fez shows, apresentações, esteve em alguns dos melhores programas da TV, além de atuar como ator em alguns especiais de TV.
Em 2019, dez anos afastado da natação, Simpson decidiu voltar a nadar. Tentou e conseguiu um espaço no Trojan Swim Club, o clube profissional da University of Southern California. Em algumas semanas de treinamento, decidiu contratar um treinador pessoal e convidou o também australiano Brett Hawke.
Os dois iniciaram um plano em conjunto, o objetivo era nada mais do que estar no time olímpico de Paris-2024. O que parecia loucura foi se tornando mais efetivo com a crescente melhora de Simpson. Ele não esperava, mas alcançou o índice de participação da Seletiva Australiana.
Nesta fase, decidiu voltar a morar no seu país, e também mudar de treinador. Foi treinar com Michael Bohl, e com ele chegou com 53s80 nos 100m borboleta. Para a Seletiva chegou com 53s63 e nadou duas vezes para 52, mas terminou em oitavo com 52s94. Para ter uma vaga no time olímpico tinha de ter feito 51s67.
Com grande presença de público e um incentivo gigantesco, Simpson não se revelou frustrado. Ao final da prova, até comentou: “muita gente pode pensar que isso é o fim, mas é apenas o início”.
Desde então, Simpson tem feito parte do grupo de elite de Michael Bohl e até iniciou um relacionamento mais sério com a multi medalhista olímpica Emma McKeon. Mesmo treinando duas vezes por dia, mais preparação física e competições, Simpson conseguiu gravar um álbum. O seu primeiro dos últimos seis anos. Totalmente produzido entre os intervalos dos treinamentos da manhã e tarde.
Simpson classificou com o segundo tempo para a final dos 100m borboleta ao marcar 51s79, mais de um segundo de melhora do tempo da seletiva olímpica no ano passado. Na final, piorou para 52s96, mas igualando o índice da FINA ganhou o direito de ser convocado, ainda mais com a desistência de Kyle Chalmers de ir a Budapeste, Cody Simpson está no Mundial.
Quem poderia imaginar alguém ser capaz deixar uma carreira brilhante de sucesso no mundo artístico de lado para voltar ao esporte que havia deixado há uma década e em pouco tempo estar entre os melhores do mundo? Cody Simpson fez história!