Ana Marcela Cunha e Poliana Okimoto são, provavelmente, as melhores maratonistas aquáticas do mundo há alguns anos. Em 2013, Poliana foi eleita a melhor do mundo pela FINA. Em 2014, foi a vez de Ana Marcela. Poliana é a atual campeã mundial dos 10 km e vice nos 5 km. Ana Marcela é a atual vice nos 10 km e bronze nos 5 km, além de detentora do título do circuito mundial. Amanhã, a partir das 6h (horário de Brasília), com transmissão do SporTV, elas tentam por à prova mais uma vez todo esse poderio.
E agora é o momento mais importante. Precisam chegar entre as dez primeiras colocadas para garantir vaga nos Jogos Olímpicos de 2016. Se apenas uma ficar entre as dez, a outra está fora da Olimpíada. Foi assim que aconteceu em 2012, quando Poliana nadou em Londres e Ana Marcela ficou de fora. Seria um pecado uma das duas ficar de fora justo da Olimpíada do Brasil. Afinal, elas formam a melhor dupla das maratonas aquáticas entre todos os países do mundo. Tendo feito a dobradinha nos 10 km no último mundial, não é absurdo imaginar que possam repetir o feito no ano que vem.
Mas primeiro elas precisam pensar na prova de amanhã. Entre as concorrentes, nomes de peso. A medalhista de ouro em Londres Eva Risztov, da Hungria, ao contrário de Ana Marcela e Poliana nadou os 5 km anteontem. Não foi bem, ao contrário da medalhista de prata em 2012 Haley Anderson dos Estados Unidos, que conquistou o bicampeonato da prova e chega com moral – é uma das mais regulares em águas abertas. Também é bom ficar de olho na grega Kalliopi “Kelly” Araouzou, que ficou com a prata nos 5 km – a alemã Finnia Wunram, bronze, não nada os 10 km.
Ausência da medalhista de bronze olímpica Martina Grimaldi, da Itália, que não se classificou na seletiva de seu país. Em compensação, muitas outras estrelas, como a alemã Angela Maurer (bronze nos 10 km em 2013 atrás das brasileiras), a britânia Keri Anne-Payne (melhor nadadora do mundo de águas abertas em 2011 pela FINA), a grega Marianna Lymperta (bronze nos 10 km no Mundial de 2011), a italiana Rachelle Bruni (atual líder da Copa do Mundo de águas abertas) e a alemã Isabelle Harle (atual campeã europeia).
Como se vê, a concorrência é forte. São apenas dez vagas e 70 candidatas. Mas, se existem duas nadadoras capazes, são Ana Marcela Cunha e Poliana Okimoto. Afinal, são as atuais campeã e vice mundial da prova. Não vai ser fácil, mas nunca nada foi fácil para as brasileiras. E elas sempre chegaram lá.
Por Daniel Takata
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