Natação e polo aquático são os mais recentes esportes a receberem a adição do uso do sistema de vídeo para auxílio da arbitragem e tiveram a estreia nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Diferente do que possa parecer em ter a estreia na competição mais importante do mundo, o sistema já vinha sendo utilizado em sistema de testes e avaliações há vários anos.
Na natação, o sistema copia o já implantado e de reconhecido sucesso do que vem sendo aplicado nos Estados Unidos desde 2007. A USA Swimming aplica nos Campeonatos Nacionais Americanos desde então e serviu como parâmetro para os testes mundiais adotados nos Campeonatos Mundiais Júnior de Lima em 2011 e Indianápolis em 2017. No Mundial de Gwangju, em 2019, o sistema foi utilizado pela primeira vez de forma oficial, mas ainda sem ser reconhecido como regra.
A partir de março de 2020, o VAR faz parte da regra da natação e polo aquático para os Campeonatos Mundiais e Jogos Olímpicos. A introdução nos campeonatos continentais, nacionais e regionais dependerá da capacidade técnica das organizações locais.

NATAÇÃO
A FINA contratou o serviço da DV Sport Replay que instalou 30 câmeras subaquáticas e quatro câmeras na linha dos 15 metros para os nove dias de competição. Foi instalada uma cabine para controle do VAR onde dois árbitros, cada um ficou responsável por quatro raias acompanhando as provas em real time, enquanto um terceiro árbitro atuava na posição de stand by.
Ao identificar alguma irregularidade, o terceiro árbitro é chamado para a análise em decisão dupla. A análise do VAR da natação é similar ao que acontece no futebol, onde a decisão final sempre é do árbitro geral da competição.
O VAR da natação tem o poder de identificar alguma irregularidade a arbitragem de borda, assim como confirmar ou até corrigir algum tipo de irregularidade apontada na piscina. Assim, todas as desclassificações ocorridas na natação olímpica de Tóquio passaram por esta revisão.
No total, foram 15 desclassificações, sendo seis em provas de revezamentos e nove em provas individuais. Nas provas de revezamento, todas desclassificações por saídas irregulares, apontadas no sistema eletrônico de controle. Nas provas individuais, as provas de peito com seis desclassificações se destacam bem a frente de duas desclassificações em provas de costas e uma em provas de borboleta.
Das 15 desclassificações em Tóquio, 12 aconteceram nas eliminatórias, duas nas semifinais e somente uma na final, o revezamento 4x100m medley masculino da China que foi desclassificado na última prova do programa.

POLO AQUÁTICO
Outra empresa, Slomo TV foi utilizada como a operadora do VAR no polo aquático olímpico. Dos 74 jogos disputados, a tecnologia foi aplicada em 27 partidas, sendo 13 no feminino e 14 no masculino. Um sistema de oito câmeras foi instalado e operado por árbitros internacionais.
Dos grandes benefícios da utilização do VAR no polo aquático foi a análise do gol/não gol sendo validado pela linha das imagens das câmeras.
Uma das premissas, tanto no polo aquático como na natação, é o aspecto “inconclusivo” das análises. Todas estas situações de dúvida serão analisadas em benefício do atleta, seguindo o que já é adotado nas arbitragens em vigor.
Como na natação, todos os Mundiais e Olimpíadas de polo aquático terão a aplicação do sistema e o Mundial Sub 20 recentemente disputado na República Tcheca já foi a segunda competição com o uso do VAR na modalidade.

QUAIS FORAM AS DESCLASSIFICAÇÕES DA NATAÇÃO OLÍMPICA EM TÓQUIO
100m peito feminino
Claudia Verdino de Montenegro
Benedetta Pilato da Itália
100m peito masculino
Amini Fonua de Tonga
Tobias Djerg da Dinamarca
200m peito feminino
Kelsey Wog do Canadá
200m peito masculino
Haiyang Qin da China
100m costas masculino
Yohann Ndoye-Brouard da França
Richard Bohus da Hungria
100m borboleta masculino
Ahmed Aliyusuf do Bahrein
Revezamentos
4x200m livre feminino da Itália
4x200m livre masculino da Hungria
4x100m medley misto da Polônia
4x100m medley masculino do Brasil
4x100m medley masculino da Lituânia
4x100m medley masculino da China




































