O dia 24 de julho de 2019 entrou para a história da natação brasileira. Pela primeira vez dois nadadores do país subiram juntos ao pódio. Felipe Lima e João Gomes Júnior protagonizaram uma das cenas mais legais deste Mundial ao se abraçarem dentro d’água celebrando o feito na final dos 50m peito.
Com muitos anos de seleção brasileira e companheiros de treino no Esporte Clube Pinheiros, Felipe e João queriam ir ao pódio juntos. A dupla estava cotada como candidata a medalha desde o início do ano quando bateram o recorde sul-americano ao longo da temporada. Primeiro foi João, no Troféu Brasil/Maria Lenk com 26s42. Depois foi Felipe Lima na etapa de Mônaco do Circuito Mare Nostrum com 26s33. Hoje veio a confirmação.
Ambos sabiam que seria muito difícil chegar ao degrau mais alto. Ali era o lugar de Adam Peaty e o britânico é praticamente imbatível. Peaty estava focado no recorde mundial, que não veio. Foi uma performance abaixo do esperado, afinal depois da brilhante atuação dos 100m peito muitos acreditavam que o britânico nadaria na casa dos 25 segundos. Não deu, mas o ouro veio com um expressivo 26s06.
Felipe e João fizeram uma boa prova e conseguiram ser essenciais nos fundamentos para garantir as medalhas com 26s66 e 26s69, respectivamente. Largaram bem, nadaram bem e fecharam bem. Um desempenho que reforça os 50m peito como uma das melhores provas do Brasil na história dos Mundiais de longa. Esta foi a quinta medalha do Brasil na distância após o ouro de Felipe França em Xangai-2011 e as pratas do mesmo França em Roma-2009 e de João em Budapeste-2017.
Outra dupla brasileira em final
De acordo com as estatísticas que nosso redator Daniel Takata apresentou, há boas chances de mais medalha amanhã para o Brasil. Afinal, novamente dois brasileiros caem na água na luta por medalhas na prova nobre dos 100m livre. Marcelo Chierighini mais um vez nadou na casa dos 47 segundos e é forte favorito para subir ao pódio amanhã. Com 47s76 ele tem o terceiro melhor tempo. Já Breno Correia também estará na final na raia 8. O jovem baiano avançou com 48s29 e faz sua primeira final individual em um Mundial de longa. O grande favorito, porém, é Caeleb Dressel que novamente fez 47s35 e parece ter guardado energia para não só vencer amanhã como bater o recorde mundial que pertence a Cesar Cielo desde 2009.
Em busca do bi
Outra brasileira na final é Etiene Medeiros. Atual campeã mundial dos 50m costas ela tentará amanhã o bicampeonato na distância. As chances são boas já que Etiene avançou para a final com o segundo melhor tempo do dia: 27s69. E ela nadou fácil, parecendo se preservar para a decisão. O melhor tempo ficou com a americana Kathleen Baker nadando para 27s62. A semifinal ainda reservou uma surpresa: a chinesa Yuanhui Fu, campeã em Kazan-2015, ficou de fora e acabou apenas na 9ª colocação.
Equilíbrio no medley
Uma das finais que promete ser bastante interessante amanhã é a dos 200m medley. Afinal para entrar na decisão foi preciso nadar abaixo da casa do 1min58s. Caso do brasileiro Leonardo Santos que nadou perto de sua melhor marca e com 1min58s99 ficou em 14º lugar. E também do multimedalhista Laszlo Cseh que terminou em uma dolorosa 10ª colocação a apenas 18 centésimos da última vaga. O mais rápido da semifinal foi o suíço Jeremy Desplanches com 1min56s73. E a final terá ainda outros nomes fortes como Chase Kalisz, Daiya Seto, Mitch Larkin, Duncan Scott e Shun Wang.
200m livre e Federica Pellegrini são sinônimos
Não existe uma relação tão duradoura de uma atleta com uma prova como essa da italiana com os 200m livre. Afinal, pelo oitavo Mundial consecutivo a italiana subiu ao pódio e mostrou que sabe nadar como ninguém a distância. Federica Pellegrini fez uma prova bastante interessante, se poupando na primeira metade para arrancar para o ouro na última piscina e vencer com 1min54s22. Oitava medalha da Diva na prova, o tetracampeonato mundial. Ariarne Titmus foi prata com 1min54s66 e Sarah Sjöström terminou com o bronze ao nadar para 1min54s78. Ao fim da prova a sueca precisou de ajuda médica para sair da piscina devido ao esforço realizado.
Recorde mundial para Milak
E caiu o segundo recorde mundial em Gwangju. E não foi um recorde qualquer. Foi uma das históricas marcas de ninguém mais, ninguém menos, que Michael Phelps. No Mundial de Roma em 2009, o americano estabeleceu 1min51s51 nos 200m borboleta. O recorde vigorou até hoje, já que o jovem húngaro Kristof Milak pulverizou a antiga marca ao nadar para 1min50s73. Um tempaço que mostra como Milak pode colocar a prova em um outro patamar. Ao seu lado no pódio dois grandes nomes. Prata para Daiya Seto com 1min53s86 e bronze para Chad Le Clos com 1min54s15. Leonardo de Deus não conseguiu melhorar e finalizou em 7º lugar com 1min55s96.
Itália mandando bem no fundo
A natação italiana vem dando show nas provas de fundo. Depois das ótimas participações nas águas abertas e do título mundial de Simone Quadarella nos 1500m livre ontem, hoje foi a vez de Gregorio Paltrinieri brilhar. O italiano não tomou conhecimento da concorrência e engoliu seus adversários para faturar mais um título mundial e de quebra, estabelecer um novo recorde europeu com 7min39s27. A prata terminou com o norueguês Henrik Christiansen, que vibrou muito não só com o pódio, mas também com seu recorde nacional: 7min41s28. Outro que bateu uma marca nacional foi o francês David Aubry, a grande surpresa com a medalha de bronze com 7min42s08.
Americanas lideram nos 200m borboleta
Nos 200m borboleta a disputa pelas vagas no pódio parece ser restrita a Estados Unidos e Hungria. As americanas Hali Flickinger com 2min06s25 e Katie Drabot com 2min06s59 lideraram as semifinais, sendo inclusive as duas abaixo dos 2min07s. A seguir vieram as duas húngaras, Boglarka Kapas com 2min07s33 e Liliana Szilagyi, atleta treinada pelo brasileiro Arilson Silva, com 2min07s83. O destaque negativo ficou com a campeã olímpica Mireia Belmonte, que terminou apenas na 16ª colocação com um distante 2min12s72.
Emoção até o fim
Fechando o quarto dia de finais, uma disputa acirradíssima na nova prova do programa olímpico: o revezamento 4x100m medley misto. Austrália e Estados Unidos adotaram estratégias diferentes e bateram no placar praticamente juntos. Ou melhor, apenas dois centésimos de diferença a favor dos australianos. Os aussies foram com a formação homem-homem-mulher-mulher (Mitch Larkin, Matthew Wilson, Emma McKeon e Cate Campbell). Já os americanos foram de homem-mulher-homem-mulher (Ryan Murphy, Lilly King, Caeleb Dressel e Simone Manuel). Na parcial de borboleta Dressel conseguiu passar McKeon e deixou Manuel com boa vantagem, mas Campbell foi implacável e com o forte parcial de 51s10 deu o ouro a Austrália: 3min39s08 contra 3min39s10. O bronze ficou com o Reino Unido que bateu a Rússia por apenas dez centésimos marcando 3min40s68.
Logo mais acontece o quarto dia de eliminatórias do Mundial com as provas de 100m livre feminino, 200 costas masculino, 200m peito feminino, 200m peito masculino e 4x200m livre feminino. As provas tem início a partir das 22h com transmissão do Sportv. Os resultados deste quarto dia de finais já estão disponíveis no site da Omega Timing. Clique aqui para conferir.