Segunda prova superada para Diogo Ribeiro.
Depois de nos 50m mariposa ter ultrapassado todas as expectativas e chegado à medalha de prata (tinha o 8º melhor tempo de inscrição), nos 100m livres de hoje terminou no 10º lugar mundial, sendo que era apenas o 17º na ‘start list’ nesta prova (ver Portugal pode chegar a uma final e sete meias-finais no Mundial de Fukuoka – Swimchannel)
Mas, apesar de ter feito 48.13, a sua terceira marca de sempre (ver em baixo), não duvido muito que terá ficado com sensação algo amarga, competitivo como é, até porque constatou que o 8º apurado para a final nadou em 48.06, a sete irritantes centésimos do seu recorde de Portugal, e teoricamente ao seu alcance…
Foi quem teve também a segunda partida mais rápida dos 16 semifinalistas (0.61).
Nas eliminatórias foi o 14º melhor em 48.21 (a sua 4ª melhor marca), melhorando quatro lugares à tarde.
Parciais das duas provas de hoje e as duas do Open de Portugal (31 março ’23) por ordem cronológica
100m L – meia-final Fukuoka 23.07/25.06 = 48.13 (TR: 0.61)
100m L – eliminatórias Fukuoka 23.07/25.14 = 48.21 (tempo de reação: 0.58)
100m L – final Open Portugal 22.85/25.13 = 47.98 (TR: 0.62)
100m L – eliminatórias Open PT 22.73/25.28 = 48.01 (TR: 0.62)
Numa primeira análise podemos concluir que a grande diferença entre estas suas quatro melhores marcas de sempre (e de Portugal também, pois mais ninguém nadou abaixo dos 49s.) foi a forma muito rápida como nadou das duas vezes os primeiros 50m nos Nacionais no Funchal; e tanto quando bateu o recorde de Portugal (e mínimo olímpico) como na eliminatória (segunda marca de sempre); isto, apesar de em ambas ter tido uma reação mais lenta (ou direi, menos rápida) que no Japão.
Não sabemos se terá optado por uma primeira parte algo cautelosa em Fukuoka, pois um décimo a menos nos primeiros 50m teriam feito uma grande diferença no final.
Sublinho, entretanto, o feito incrível de nestas quatro ocasiões ter nadado abaixo do exigido para estar em Paris 2024 (48.34), como se repetir um mínimo olímpico A da FINA/WA fosse fácil.
A negrito/sublinhado marquei as primeiras e segundas metades da prova mais rápidas, o melhor tempo final, assim como o melhor TR, e vemos que em nenhuma das quatro provas repetiu um destes fatores.
Ou seja, Diogo está a valer bem melhor, pois ainda não fez a prova ‘perfeita’ esta época, em que junte um ótimo TR a duas metades mais rápidas, que lhe darão em consequência um tempo final melhor, e que rondará claramente 47.8 ou menos. Veremos a sua ‘vingança’ na estafeta de estilos (dia 30), com os permitidos balanço e movimento na rendição, só para que o próprio confirme estar a valer bem melhor.
Mas, não deixam de ser bons indicadores para os 100m mariposa da madrugada (em Portugal) de dia 28, em que salta para a água com o 15º tempo, sendo novamente favorito claro às ‘meias’, mas agora (parece-me) com um pouco mais de possibilidades de poder estar na final (velocidade e consistência).

Gabriel bem de manhã
Gabriel Lopes partia claramente com o objetivo de tentar – ou se aproximar muito – do mínimo olímpico aos 200m estilos, 1:57.94.
Os indicadores das eliminatórias foram bons, com 1:58.77, aproximando-se do seu recorde pessoal (1:58.34, medalha de bronze no Europeu de 2022), marca exatamente igual ao que fez nas meias-finais do Europeu.
Mas à tarde (e em relação à manhã), apesar de passar bem a mariposa, passou ligeiramente mais lento a costas, mais 3d. a bruços, e quase um segundo mais que a livres. Em baixo o comparativo das duas provas de hoje e do seu recorde pessoal (o de Portugal continua a ser 1:58.19 de Alexis Santos, em 2019).
2:00.28 (MF) 1:58.77 (Eli.) 1:58.34 (RP)
M-25.19 25.19 25.36
C-29.95 29.74 29.24
B-34.66 34.34 34.02
L-30.48 29.50 29.72
TR: 0.61 (0.58) (0.59)

Camila com recorde pessoal
A sua colega na Associação Louzan, Camila, alcançou um novo recorde pessoal com 28.65, melhorando consideravelmente os 28.81 que tinha desde dezembro último.
Obteve um 28º lugar, e subiu várias posições em relação ao 35º lugar de inscrição. Bons indicadores para os 200m costas de dia 28, onde quer claramente ir à meia-final .
Curiosamente, hoje o acesso às ‘meias’ fechou em 28.24, exatamente o tempo a que corresponde o recorde nacional de Rafaela Azevedo.
Ana P. Rodrigues lesionada
Soubemos durante a tarde desta quarta-feira (mas pela própria atleta nas redes sociais, não houve qualquer comunicado prévio da FPN) que Ana Rodrigues se lesionou num treino no passado dia 20, e que já nadou muito limitada os 100m bruços, que terminou com uma marca muito aquém do seu recorde de Portugal (ver artigo de há três dias).
No entanto, e porque não tinha sido dada qualquer informação quanto ao estado de saúde da experiente atleta, considerámos que tinha sido somente um dia menos bom.
Não foi ‘apenas’ isso; a olímpica da Escola Desportiva de Viana, treinada pelo seu companheiro Rafael Ribas (que está em Fukuoka a título pessoal), nadou altamente debilitada ao nível do braço esquerdo, revelando uma garra e resiliência extraordinárias.
Resta-nos desejar as rápidas melhoras, e que a lesão não seja grave. Não nadará, pois, os 50m livres e 50m bruços, ambos no dia 29.
João Costa amanhã
Amanhã (dia 27) apenas nada João Costa, que depois do excelente resultado nos 100m costas (mínimo olímpico, recorde nacional e apuramento para a meia-final), poderá surpreender.
Embora tenha o 22º tempo de entrada (1:58.68, nas eliminatórias de Roma 2022), por certo tentará aproximar-se o mais possível do exigente apuramento para a meia-final.
João Costa – 200m costas – eliminatória às 02h57; ‘meias’ às 13h33 (2ª série, em 4; pista 1)
RNA: 1:57.06 (F. Santos, ’21); MMA: 2:01.58 (3/3/23); MO: 1:57.50