Coimbra em março; Roma em agosto; Lima entre final de agosto e setembro.
O que têm estas ocasiões em comum?
A 31 de março deste ano – durante os Campeonatos Nacionais na sua cidade – o júnior Diogo Matos Ribeiro começou a mostrar-se ao mundo, alcançando o primeiro recorde absoluto de Portugal, nos 100m livres; o primeiro de vários durante a competição em solo nacional.
A 12 de agosto – nos Europeus absolutos – foi medalha de bronze nos 50m mariposa (à altura apenas a terceira de Portugal em Europeus), fazendo uma campanha fantástica em Itália.
E, tão certo como Lima ser a capital do Peru, acredito plenamente que o vice-campeão europeu júnior de 2021 nos 100m mariposa regressará do 8º Mundial Júnior com um estatuto extraordinariamente diferente do que já tem; e, tudo indica, com mais recordes e medalhas.
No dia em que conquistou o bronze em Roma nos 50m mariposa (a dois centésimos do recorde mundial júnior…), Diogo disse à RTP que “ainda não estava a 100%…”, e que só iria estar no Mundial”.
Quero ser campeão do mundo
A Swim Channel disse, no último dia do Europeu, que queria “ser campeão do mundo”. Ver Gabriel Lopes conquista a segunda medalha para Portugal no Europeu – Swimchannel
Ambição e confiança não faltam, pois, ao mais jovem medalhado luso de sempre em Europeus absolutos (único ainda júnior quando subiu ao pódio), e que será o 30º júnior nacional a marcar presença nesta competição da FINA, onde a melhor classificação é o quarto lugar da – depois olímpica – Diana Gomes (de acordo com o arquivo e dados recolhidos pelo técnico de natação Carlos Freitas).
Na véspera do início do Mundial da categoria o atleta do SL Benfica disse-me: “estou muito feliz por estar aqui [em Lima], e espero que corra tudo bem, pois trabalhámos para isso; e já o provámos [o bom trabalho] no Europeu, apesar de não termos de provar nada a ninguém…”, afirmou.
E ainda pediu à Swim Channel que – tal como no Europeu – compreendêssemos por não prestar declarações durante o Mundial, por forma a estar absolutamente concentrado nos desafios que terá pela frente; respeitámos o pedido para Roma, e respeitaremos para Lima.
Uma ou duas medalhas para Portugal
Para o seu treinador no Centro de Alto Rendimento da FPN no Jamor, Alberto Silva, os objetivos são claros: “espero que ele mantenha o nível alcançado em Roma, e que isso seja suficiente para levar uma ou duas medalhas para Portugal. Ele está bem, está motivado também, e isso dá tranquilidade.”
Sobre o Mundial que regressa a Lima, onde já se realizou em 2011, e que contará com cerca de 600 dos melhores juniores de 70 países, o experiente técnico sublinha que “será uma competição difícil; mas ele, mantendo-se no nível de Roma, estará brigando por medalhas”, afirma com confiança.
E já agora, quer referir as provas em que tem mais hipótese de conquistar medalhas? “Eu acho que as chances são equilibradas nas quatro provas; não tenho preferência, nem consigo dar uma ideia de quais são as melhores em termos de medalha, pois depende dos adversários também; não saiu o ‘startlist’ [no momento das declarações], e também vai depender da disposição das provas entre meias-finais e finais; pessoalmente achei o programa de provas incoerente, mas é o que temos, e ele vai deixar o seu melhor em cada uma das vezes que ‘cair’ na água”, afirmou Alberto, que completa por estes dias exatamente doze meses como treinador responsável pelo alto rendimento de Portugal, e para quem nenhuma grande competição é novidade.
Aliás, “o primeiro Mundial Júnior foi no Brasil [2006], e eu treinava um atleta que foi medalha de prata nos 4x200m livres; Marcelo Monteiro, grande atleta e excelente pessoa”.
Ou seja, Alberto Silva pode conquistar a sua primeira medalha ‘individual’ no Mundial de Lima.
A propósito, o Brasil já alcançou 14 medalhas em sete edições desta competição: duas de ouro, sete de prata e cinco de bronze Brasil tem 14 medalhas na história do Campeonato Mundial Júnior – Swimchannel
Portugal tenta, assim, a sua primeira medalha pelas braçadas de Diogo Ribeiro, único representante luso, mas que nada por ‘quatro’, podendo chegar a nadar 12 vezes, caso seja apurado para todas as meias-finais e finais do seu exigente programa (em baixo). Por isso a presença do experiente fisioterapeuta nacional Daniel Moedas será também importantíssima na recuperação do atleta.
Os (esperados) ‘12 desafios’ de Diogo no Mundial de Lima
(são -6h que em Coimbra) e os recordes nacionais de cada prova
31/8 (4ª f.)
- 100m mariposa – 16h26 (eliminatórias); RNJA (dele): 51.61 (13/8/22)
01/9 (5ª f.)
- 100m mariposa – 00h39 (meias-finais)
- 50m livres – 16h20 (eliminatórias); RNA (Miguel Nascimento): 21.90 (31/7/22); RN Júnior (dele): 22.07 (16/8/22)
02/9 (6ª f.)
- 50m livres – 00h12 (meias-finais)
- 100m mariposa – 00h31 (final)
- 50m mariposa – 15h44 (eliminatórias); RNJA (dele): 23.07 (12/8/22)
03/9 (sábado)
- 50m mariposa – 00h49 (meias-finais)
- 50m livres – 01h23 (final)
- 100m livres – 15h30 (eliminatórias); RNJA (dele): 48.52 (12/8/22)
04/9 (domingo)
- 100m livres – 00h25 (meias-finais)
- 50m mariposa – 00h48 (final)
05/9 (2ª f.)
- 100m livres – 00h02 (final)
Nota: RNA = Recorde Nacional Absoluto; RNJA = Recorde Nacional Júnior e Absoluto
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